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ao trigo e ao carvão, guando S. Ex.a dispusesse de qualquer cousa, como de 8 milhões de libras. Donde lhe vinham elas? Fabricava-as ? Não!...

A Agência Financial dava 4 milhões; pregunta-se: gírias então, denunciando o Sr. António Granjo a Agência Financial e pondo esses serviços nas mãos de mn estabelecimento que elimina a especulação, faria com que ela não desse aquilo que estava marcado no contrato? Não.

O Sr. António Granjo não podia denunciar o contrato; eu é que podia denunciá-lo para arranjar maiores vantagens para o Estado, porque não tinha assinado os contratos do trigo e do carvão.

Sou claro nas minhas afirmações; creio que nas minhas palavras poderá haver violência, poderá haver rudeza, mas não há segundos sentidos nem subterfúgios, e foi claramente que disse que a política do Sr. António Granjo era ruinosa e nos conduzia à não denúncia do contrato da Agência Financiai.

Das bancadas da oposição e da maioria que apoia o Governo saíram, a respeito do meu^ procedimento, as acusações mais variadas.

Não cheguei muito bem a compreender, por falta de clareza e de lógica nalgumas das afirmações, se havia ou não especulação, se tinha ou não dito palavras inconvenientes para o cródito do Estado.

Há pessoas que põem todas as cousas mais fantásticas para que o espírito público tire uma conclusão, mas, quando chegam à altura de a tirar, param.

Dizia-se:

Afinal não cheguei a saber, através de todss as palavras, se houve ou não especulação. Claramente S. Es.a o Sr. Ferreira da Eocha disse que havia especulação, mas, depois, chamado às responsabilidade das suas afirmações, negou.

O Sr. Ferreira da Rocha:—Isso não é exacto!. . . Tenho aqui os estratos taqui-gráficos, sem a mínima alteração, que comprovam que não disse isso.

O Sr. Presidente (interrompendo}'. — O Sr. Ministro das Finanças já por vezes tem manifeHtado os seus desejos de que

Diário da Câmara ãox Deputados

n3o o interrompam. É um direito que eu peço à Câmara que respeite.

Pode V. Ex.a continuar no uso da palavra.

O Orador:—Disse-se que não estava provado que fosse boa e útil a. operação relativa aos bilhetes do Tesouro.

Eu digo com a mesma convicção e com os mesmos argumentos cie S. Ex.as que está provada a sua utilidade.

Ora de tudo o que se disse, o que parece provado, na oposição que se fez nesta questão da Agência Financial; é que ,os interesses do país são esquecidos muitas vezes pelos políticos que só dasejam fazer oposição.

Assim, pois. repito mais uma vez qut-me sinto muita bem com a minha consciência ante qualquer voto qie S. Ex.a-me doem.

Não me parece que ninguém provas.se que o Ministro das Finanças que aqui está fosse menos cuidadoso em defender os interesses do Estado.

jAté agitaram o espantalho do concurso secreto, como se eu quisesse fazer um concurso secreto, quando eu tinha convidado a esse concurso 26 casas bancárias!

O que se prova por esta discussão é que muitos supõem de boa política arrastar pelas ruas da amargura un Ministro, não se importando se com essa injustiça prestam uni mau serviço à República.

Eu não estou aqui a defender o meu lugar; — estou aqui a defender os interesses do país e a obrigar cada um a pôr-se na sua verdadeira situação, porque o Ministro não necessita de estar aqui por condescendência de ninguém, e só está porque entende que presta ura serviço ao país.

Votem S. Ex.as uma moção nesse sentido, e não é a ruim que compete apresentá-la.

Ponham claramente a quês tão e aqueles que tiverem a coragem de a votar façam--o em votação nominal, para que o país saiba os seus nomes e julgue depois.

Está posta nitidamente à Oâmara por mim, em nome pessoal, a isituação em que mo encontro perante essa moção.