O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

24

Diário da Câmara dos Deputados

E então, se aparece alguém com a audácia suficiente para não ter medo de concitar cqntra si os ódios de todas as clientelas políticas e daqueles que não querem pagar, apesar dos seus protestos, é nesse momento que se inventa, porque se inventa (Apoiados), a questão da Agên-cia Financial; e inventam-na aqueles que, tenho a absoluta e completa certeza, nunca teriam a coragem de denunciar o contrato; inventam-na aqueles que amanhL, porventura, possam reeditar o meu procedimento.

Mas, talvez consigam por uma daquelas habilidades em que são useiros e vezeiros os portugueses, expulsar o Ministro, em holocausto à clientela financeira. (Apoiados).

Mas ainda não ' chegámos ao epílogo.

O carnaval vem perto, mas o epílogo ainda não chegou.

O Sr. Jorge Nunes disse—vejam o que são as injustiças dos políticos — «o Ministro das Finanças é menos perigoso pelo que faz do que pelo que diz, porque pouco ou nada tem feito».

Mas eu nunca fui estabelecer o paralelo da acção administrativa dum Ministro que estava nas cadeiras do Poder com o Sr. Jorge Nunes, que, por felicidade desta Pátria, já tem estado no Poder.

Preguntam-me o que tenho feito.

£0 que tem sido os serviços prestados ao país por mim?

Tenho dito que é preciso pagar para saldar a dívida.

Este serviço vale um pouco mais, em minha consciência, do que tudo-que podem ter feito.

Consegui arrancar a lei da circulação fiduciária; aumentar o imposto directo sem o que não tínhamos autoridade para exigir o aumento do imposto indirecto que iria alarmar tanto o consumidor.

Consegui, bem ou mal, apresentar à • Câmara medidas que aumentarão as receitas.

Uma proposta sobre imposto de selo será apresentada.

Preparava, e terei porventura tempo de apresentar, uma proposta sobre remodelação geral de quási todo o sistema tributário.

E é a um homem que está no Poder há pouco tempo, que perdendo quási to-

dos os dias nesta amena conversação com S. Ex.as, que se diz que nada tem feito.

,;Mas onde'está a justiça desta terra? <íOnde p='p' de='de' verdades='verdades' ibsen='ibsen' sairão='sairão' eternas='eternas' patriotismo='patriotismo' aquelas='aquelas' o='o'>

Os homens que pretenderem salvar o país, pelo seu trabalho, sacrificando os interesses materiais, a vida, que pouco importa, para salvar a Nação, esses homens são relegados por aqueles que se querem servir da Nação cone. o logradouro próprio. (Apoiados).

Sim, Sr. Presidente, é a Lora de reflectirmos.

Não estamos em presença dum problema que qualquer partido ou qualquer homem possa resolver.

Estamos em presença dum perigo nacional. A Nação está em perigo.

Nunca pretendi sozinho, :iunca pretenderam os meus colegas sozinhos mudar a face das cousas.

Quero falar a verdade ao país; mostrar-lhe a situação; fazer como Job, expor as chagas a sangrar, para dizer a todos que, quando existe a convicção profunda, a fé profunda nos destinos! duma raça, ela não pode morrer, embora seja criticado pelos que, nesta hora de perigo, tenham a insânia de fazer uma questão de politiquice (Apoiados).

E preciso, Sr. Presidente, quer queiram, quer não, que esse movimento nacional se dê, pois que sem ele não nos poderemos salvar.

Ele há-de fazer-se, por isso que é absolutamente indispensável.

Se os republicanos não sabem ou não querem salvar a Bepública, o que têm a lazer é confessa Io francamente ao país.

Isto é que é a verdade; e tanto assim que nos momentos em que estão em jogo os destinos do país, o que se pensa é em dissolver o Parlamento.

Um país, Sr. Presidente, em que os portugueses preferem deixar lá fora as suas economias em vez de a» trazer para dentro do país, um país e:n que os portugueses preferem empr€'gar as suas economias em títulos de dívida externa, não se pode salvar intensificando a produção; e para se poder fazer essa obra precisamos de dinheiro que venha de lá de fora.