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Diário da Câmara dos Deputados

será esse um motivo para se atacar o Ministro, antes pelo contrário. \f Ijfão vejo, pois, repito, razão alguma nas considerações apresentadas pelo ilustre Deputado Sr. Ferreira da Rocha, -relativamente'à distribuição dos lucros.

S. Ex.a neste ponto quis tirar ilações que se não coadunam com a verdade dos factos.

fc Eu devo dizer a S. Ex.a o Sr. Ferreira da Rocha que há uma grande diferença entre o lucro e a comissão de perdas ou de lucros, podendo' garantir a V. Ex.1 que as especulações não se poderão repetir, por motivo da cláusula terceira que eu tive o cuidado de introduzir no contrato.

Repito, Sr. Presidente, a minha preocupação toda neste assunto tem sido a de acautelar devidamente os interesses do Estado, como me cumpre, não vendo por isso razão alguma para toda esta celeuma que se tem levantado à roda da Agência Financial do Rio de Janeiro, a qual, é facto, tem sido feita, repito, com uma certa habilidade política.

Ora, o que eu afirmei é que é un. grande disparate impor ao nosso representante— o agente financeiro—a obrigação de comprar letras sobre Londres, m. praça do Rio de Janeiro. Mas, o Sr. Ferreira da Rocha, passando a vista sobre o& documentos, vindos da Agência Financial, notou uma estranha cousa, qual era a de que o juro que se paga em três meses, pelo facto da diferença entre a compra à vista e a compra a 90 dias, ó de l V* Por cento, o que corresponde a um juro de 5 por cento, e então S. Ex.a afirmou que o Estado é lesado grandemente por isso.

Mas o Sr. Ferreira da Rocha encarou um caso de operações que não se fazem diariamente.

Para esse, sim, está bem que possam aproveitar-se as informações colhidas particularmente das diversas praças. Mas para as operações que se fazem dia a dia, de momento para momento, é isso impossível.

Sr. Presidente; foi preciso chegar à pasta das Finanças o homem que se chama Francisco Pinto da Cunha Leal, para que se passe a reconhecer como vantajosa a administração do,Estado sobre a particular.

Sem querer ofender o Sr. Ferreira da Rocha, direi que reputo uma chinesice, toda aquela forma que S. Ex.a delineou para se proceder por parle do Estado, estando nas suas mãos a agé:ncia.v

Mas eu pregunto: se na Bolsa se fizessem compras escalonadas durante um dia, o que é que essas compras rião influiriam no câmbio?

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Quere o Sr. Ferreira da Rocha um inquérito para averiguação dos casos da Agência Financial.

Pode V. Ex.a não o acreditar, mas como ainda há muita pessoa de boa fé, o acredito que haja por aí boa fé (Apoiados)', pode V. Ex.a acreditar que muito .tempo antes de V. Ex.a mo dizer já eu o tinha pensado.

Eu direi também que, vadiando muito as cotações na praça de Lisboa, causa até arrepios a idoa do Sr. Ferreira da Rocha. V. Ex.as não faziam isso para o contrato dos trigos e do carvão em que tinham de Consultar 3 ou 4 casas, como é que nós o poderíamos fazer, tendo de consultar 20 ou 30 banqueiros?

Nós que estamos aqui para defender o País, sentimos arrepios ante tão alto patriotismo.

Sr. Presidente, ó preciso não estar enfeudado a nenhuma finança.

Emquanto a mim desafio que provem se há favoritismo a favor dura ou doutro.

Há quem tenha conseguido uma fusão em jornais que se combatiam um ao outro, mas que hoje já estão enfeudados à mesma entidade.

V. Ex.a, que é um homem inteligente, que eu muito admiro, nunca deve chegar ao ponto de enfeudar a sua inteligência a nenhum grupo financeiro.

Foi o grande jornalismo que, mascarando a sua elevada missão & lançando-se nas mãos dos financeiros, daqueles financeiros dos já celebres contratos dos trigos e do carvão, conseguir, criar uma opinião pública a seu modo. O que admira ó que espíritos elevadamente republicanos, cultos e inteligentes se deixassem arrastar nessa corrente.