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Sessão de 27 e 28 de Janeiro de 1921

apoiados). Neste lugar eu tenho defendido apenas os altos interesses da República, para a qual tenho dado todo o meu trabalho e todo o meu esforço.

Sr. Presidente: termino as minhas considerações, afirmando a V. Ex.a e à Câmara que fico absolutamente tranquilo em minha consciência.

A vida é larga; os homens são zero perante os acontecimentos. De resto, acima de nós está o país e este é que há-de dizer mais tarde quem procedeu bem e quem procedeu mal.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem! Muito bem! O orador não reviu.

O Sr. António Maria da Silva: — Eu tinha prometido a mim mesmo não voltar a usar da palavra neste debate. Todavia .o Sr. Ministro das Finanças pelas declarações que acaba de fazer, obriga-me a dar à Câmara, em nome do Partido Republicano Português, explicações claras e terminantes que, de uma vez para sempre e sem sofismas, marquem a atitude desse Partido na questão da Agência Financial.

Os homens são —como S. Ex.a judiciosamente observou— um zero perante os acontecimentos. Mas, nesta questão, não fala o homem: fala o representante dum Partido. E pela lealdade, consideração e respeito que os homens públicos se devem mutuamente, sejam quais forem as divergências que os separem, eu devo declarar, interpretando a moção que, em nome do meu Partido, enviei para a Mesa, o que ele pensa sobre tal assunto, para que os mal intencionados não possam insinuar que, em questões de tal magnitude, .nós procedemos com habilidade ou com propósitos reservados.

Pois bem ! S. Ex.a denuncia o contrato. O Partido Republicano Português, pela minha voz, .diz ao Sr. Presidente do Ministério que concorda absolutamente com a denúncia, porque é esse o seu ponto de vista, e nele tem o Sr. Ministro das Finanças o Partido Republicano Português a apoia-lo, e não só a S. Ex.a, mas a todo o Governo. Queremos, realmente, a denúncia, e não há discórdia nesse ponto

de vista, entre o Governo e o Partido Republicano Português que o tem apoiado ato esta hora.

Na nossa moção, a não ser, e isso seria um trisjte diploma passado a nós próprios, a não ser que fôssemos uns imbecis, pressupomos a denúncia, visto que não podíamos advogar a idea da entrega da Agência Financial a um estabelecimento do Estado, sem reconhecermos que a denúncia tinha de ser feita.. Até aqui conta o Sr. Ministro das Finanças com o nosso apoio. E desde que assim pensamos e desde que assim desejamos, e não podemos exigir porque a maioria não é nossa, que seja entregue a um estabelecimento do Estado a Agência Financial, precisamos de definir atitudes, a do Sr. Ministro das Finanças e a do Partido Republicano Português. . , ,A denuncia do contrato para nós ó já um facto; primeiro: pelo acto do Governo ; segundo i porque o Sr. Ministro- das Finanças declarou há pouco que mesmo que o Supremo .Tribunal Administrativo afirmasse no seu acórdão que a denúncia não era legítima, ele não homologaria essa de.cisão.

O Sr. .Ministro das Finanças (Cunha Leal): — A denúncia é um facto, se ao tempo o Ministro for o mesmo!...

O Orador: — Ou se for do Partido Ré-pubKcano Português!

Segue-se agora o resto da moção. E preciso quê V. Ex.a, Sr. Ministro das Finanças, se integre no nosso ponto de vista: entregar a gerência dos serviços da Agência Financial do Brasil a um es-.tabelecimento do Estado. Se V. Ex.a se, integrar no nosso ponto de vista, e nesse caso já não pode considerar a sua obra como até. aqui, visto que declarou ao .Parlamento que lhe era absolutamente indispensável, para salvar este. País, continuar o seu ponto de vista; mas1 se V. Ex.a se integrar no nosso ponto de vista, ontão continuará a ter o nosso decidido apoio.