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Diário da Câmara dos Deputado»

dois velhos republicanos as palavras que só se podem ter para homens honrados, honestos e dignos. Não teve por consequência, culpa absolutamente alguma, e é bom que isto fique esclarecido para a Câmara quanto à notícia que foi dada pelo Jornal.

Disse há pouco o Sr. António Maria da Silva que foi o Sr. Custódio de Mendonça quem escreveu essa notícia e quem a levou ao Jornal. Mas, Sr. Presidente, é caso para preguntar: sendo S, Ex.a uma criatura ainda da família do velho republicano Sr. António Maria da Silva que interesse teria, ainda que ele ouvisse esse boato num café, em publicá-lo?

O Sr. António Maria da Silva:—V. Ex.*

dá-me licença?

O Jornal diz que a notícia não só lá foi levada por essa pessoa como também andava pelos centros políticos.

O Orador: — Por acaso eu também frequento os centros políticos e não me chegou essa notícia aos ouvidos.

Estava eu dizendo, tír. Presidente, que não compreendia o interesse que uma criatura da família do Sr. António Maria da Silva te\6 em tornar pública uma notícia que andava assim pelos cafés.

O caso do Sr. António Maria da Silva ^está portanto arrumado; acerca do Sr. João Luís Ricardo devo dizer o seguinte: o Sr. Ministro das Finanças enviou-me para entregar a V. Ex.a, Sr. Presidente, uns documentos cuja leitura julgo desnecessária fazer, visto que já foram lidos pelo Sr. João Luís Ricardo.

Por esses documentos se prova que o Sr. Ministro das Finanças não fez mais do que concordar com uma proposta que lhe fez um chefe de repartição.

^ Qual foi então o crime do Sr. Ministro das Finanças?

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Ainda é bom esclarecer que este despacho é de l de Fevereiro, não se compreendendo, portanto, como, tendo sido o despacho dado em l de Fevereiro, só ultimamente se falasse disso nos cafés ou fosse a notícia para os jornais.

Sr. Presidente: creio que eram estas as explicações que o Sr. Ministr%das Finan-

ças, impossibilitado de vir à Câmara, desejaria dar.

Quanto à honrabilidade dos Srs. António Maria da Silva e João Luís Ricardo, não é necessário dizer mais nada, porque S. Ex.as sabem bem como são considerados por toda a Câmara e pelo país.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. João Luís Ricardo: — Sr. Presidente: em resposta às considerações que o Sr. Afonso de Macedo acabou de fazer devo dizer o.seguinte:

Do Ministério das Finanças é que forçosamente deve ter saído o boato que foi para os jornais, porquanto na quarta-feira quando entrei no Parlamento, foi-me dito por um Sr. Deputado e confirmado por outros, que se pretendia praticar esse acto contra mim.

O Sr. Afonso de Macedo (interrompendo):— V. Ex.a com isso apenas vai ao encontro do Sr. Ministro das Finanças.

O Orador: — Há aqui dois actos a deslindar. Um é a publicação no Jornal, é a este tomar-lhe-ia a responsabilidade onde a devo tomar, obrigando-o a dizer quem lhe levou a notícia; o outro, e i5ste eu desejo-o saber, foi quem trouxe cL para fora esse boato.

Eu afirmo, e a Câmara vai dzer se tenho ou não razão, aprovando ou rejeitando a minha proposta, que o boato deve ter saído do Ministério das Finanças.

Proceda-se ao inquérito honestamente; com cuidado e com certeza se apurará quem trouxe cá para fora esse boato.

Tenho dito.

O orador não reviu.

É lida na Mesa a proposta do Sr. João Luís Ricardo, do teor. seguite:

Proposta