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Sessão de 22 de Fevereiro de 1921

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mim foitas então; e só a isso atribuo o facto de S. Ex.a dizer que eu tinha dito palavras que realmente não proferi.

Mais uina vez sou obrigado a expor a S. Ex.a as razões que me levaram a apresentar o projecto em discussão e outro projecto que já apresentei e que solucionaria os inconvenientes que S. Ex.* 1 apresento u.

Creio bem que o Sr. Pereira Bastos falou como parlamentar e não como mili; tar quando disse que lhe parecia que eu tinha intuitos de prejudicar a boa organização militar.

Se S. Ex.a 'prestasse atenção àquilo que eu digo o que tenho escrito, teria visto que eu sustento o princípio (princípio com o qual o meu partido está de acordo) do desarmamento geral..-

Nós temos obrigação de não nos dei-deixarmos guiar por ideais cuja realização não está para breves dias, e só devemos pensar naquilo que neste momento seja realizável.

Assim tendo dito nesta Câmara que sou partidário do desarmamento geral, afirmo neste momento que só acho possível qualquer diminuição dos armamentos. E, dada a situação especial do nosso país, já tenho também mostrado a necessidade de quanto possível nos provermos dos elementos indispensáveis à nossa defesa, do modo que o nosso exército nos dó garantias de poder acautelar a independência do nosso território.

Disse mais nas minhas considerações, apresentando até a opiuião de técnicos da comissão do exercito francos e doutras nações, que sendo necessário manter certos efectivos,, eles deviam ser scientíficos e práticos, do forma a Mo esquecer o grande impulso que tiveram durante a guerra certas indústrias aplicadas aos problemas militares e não esquecendo ainda que a guerra foi vencida devido aos progressos das sciências e das indústrias, que tornaram possíveis certas concepções.

Roferi-me também ao relatório do marechal Hindenburgo, no qual vi a afirmação de que para o vencimento da guerra muito tinham concorrido os carros blindados e os frmks.

Referi-ine também ao extraordinário desenvolvimento da arma da aviação que muito concorreu para a vitória.

Eu disse que Portugal, pela sua situação, teria nessa arma especial um grande elemento de defesa para fazer lace a qualquer ataque, porventura na guerra que amanhã nos fosse feita por qualquer nação que contra nós tentasse qualquer investida.

Sr. Presidente, com toda a lealdade, expus a questão, sem que por forma alguma alguém possa supor que eu, sendo militar, aproveite a minha situação para qualquer fim que não seja colocar as cousas no seu verdadeiro pó.

Sinto que um oficial como o Sr. Pereira Bastos, que tem dedicado a maior parte da sua vida a honrar o seu nome na instituição militar, não houvesse prestado atenção às minhas modestas considerações.

Não vou tomar em consideração nem discutir problemas, apenas estabelecer o meu ponto de vista.

Não discuto as organizações dos exércitos, que sem dúvida alguma se modificaram durante a guerra passada. Este ponto é uma questão de ordem técnica, e entendo que não 'deve ser discutido esse assunto nesta hora.

Mas devo dizer que estou plenamente' convencido da influência extraordinária que os exércitos de cultura tiveram na Grande Guerra.

A acção nobre da Bélgica sofredora foi devida a eles.

A França também pôde exercer a sua mobilização devido à sua acção. (Apoiados}.

Creio na acção, no papel importante do exército.

Posto isto, em virtude das considerações do Sr. Pereira Bastos farei um pouco de história.

Constato que não fui escutado pelo meu colega. ,íO que pretendo e julgo razoável? Dar o máximo da instrução, que for possível, ao exército.

Saibam "V. Ex.as exprimir essa idea e dar a máxima latitude ao titular da pasta da Guerra para melhor estudar o assunto, com a facilidade que, em virtude da sua situação especial, pode fazer, ouvindo entidades do exército que sobre o assunto devem manifestar-se.