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Sessão'de 22 de "Fevereiro de 1921

o facto de os isentar da encorporação neste momento nenhuma economia traz.

O Sr. Ladislau Batalha: — Mas traz be^ nefícios à agricultura.

O Orador: — Também não, porque em vez de retirarmos agora 30 ou 40 braços à agricultura, ver-nos hemos amanhã na necessidade de retirarmos 60 ou 80. O que esta medida traz, e não é necessário um grande estudo para chegar a essa conclusão, é uma perturbação dos serviços militares, sob o ponto de vista dos serviços da instrução, dos alojamentos e equipamentos. De resto, eu entendo que esta Câmara uma vez que o Sr. Ministro da Guerra elaborou-já uma medida tendente a fazer encorporar os. recrutas no próximo dia 5 de Março, e uma vez que nesse sentido já foram feitas as necessárias despesas, entendo que a Câmara, em-quanto o Sr. Ministro da Guerra não vier •justificar o seu acto, mostrando a conveniência ou inconveniência do projecto do Sr. Plínio Silva, iião pode nem deve' tomar a esse respeito uma deliberação, nem sequer pode fazer uma discussão útil.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Pereira Bastos:—É com a maior surpresa que eu vejo o Sr. Plínio Silva continuar a insistir porque esta Câmara vote qualquer cousa que representa a ruína do organismo defensivo da nação, que e ò exército. ;

O Sr. Plínio Silva: — Não apoiado!

O Orador: — Numa ocasião em que vemos em toda a parte, não só dentro, como íora do país, surgirem ameaçador à-jiiente-elementos de desordem e de indisciplina, num momento em que o organismo militar é uma, senão 'a única garantia de ordem em que se pode fundamentar a sociedade actual, é que o Sr. Plínio Silva, de mais a mais um militar, vem trazer uma-disposição que representa a destruição desse organismo militar. (Apoiados).

Sussurro.

Trocam-se apartes. ' '

O Orador:,— Sr. Presidente: poço a V. Ex.-u quo me "garanta o uso da palavra!

O Sr. Presidente: — Peço aos Srs. Deputados que deixem falar o orador. . -

O Sr. Américo Olavo: — Não há para falar em assuntos militares como os paisanos. ' ' '-J

O Sr. Manuel Fragoso: — Se deixássemos simplesmente aos'oficiais do exército-o direito de resolver sobre assuntos militares, eles tratariam apenas dos seus interesses.

O Sr. Américo Olavo: — Nem toda a gente tem competência para falar de questões militares. Peça V. Ex.a a palavra e verá corno não tem còndiçQes para tratar de assunto técnico como este.

O Sr. Ladislau Batalha: — Essa técnica consiste apenas em fazer gastar ao Estado alguns milhares de contos por ano.

O Sr. Presidente:—Peço ordem a palavra o Sr. Pereira Bastos!

Tem-

O Orador: — Eu ainda compreenderia-que o projecto tivesse por fim acabar com-o exército porque, assim marcaria, pelo menos, um ponto de vista do seu autor; mas adiar sine die a encorporação dos recrutas é um erro cujas consequências pó-' deriam ser bem graves.

Sussurro. ' - •'--';

O Orador: — Eu julgo ter o direito de ser ouvido. Assim é impossível continuar. ' ..'•..

O Sr. Presidente: — Peço ordem. Pof esta forina vejo-me impossibilitado de COR-tinuar dirigindo os trabalhos desta Câmara. / .

O Orador:—Para poder ser aprovado o projecto do- Sr. Plínio Silva, seria ne-cessário obrigar os soldados qae 'actual-' mente se encontram ao serviço a permanecer nas fileiras até nova encorporação de recrutas. Não haveria outra forma, 'a não ser que se encerrassem todos os estabelecimentos militares..'. ' • -