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Diário da Câmara dos .Deputados

da Câmara, tendo o meu partido deixado ao Sr. Presidente do Ministério liberdade de escolha dos seus elementos, e ao mesmo tempo a esses mesmos elementos liberdade para não realizarem uma obra de carácter partidário, mas sim de utilidade para a República, —e se eu não puder com essa grande responsabilidade sei o que me resta fazer— tendo, portanto, com esses intuitos direito ao respeito de todos os membros desta Câmara, mesmo daqueles que não apoiam o Governo, estou certo de que encontrarei todas as facilidades para -o desempenho do meu cargo, como deve encontrar um homem que se vota à obra de regeneração do seu país.

Estou convencido de que a situação cambial há-de melhorar e pa-ra isso concorrerá a valorização da nossa moeda. Os câmbios não melhoram pela multiplicidade de decretos, mas sim com um pouco de cuidado e com o auxílio daqueles que o devem prestar. É preciso ter fé e confiança! E indispensável que os portugueses se interessem na obra da administração.

Não tenho dúvida alguma em pedir ao meu colega da Agricultura que proponha ao Parlamento para que o lavrador português tenha o preço mundial do trigo. Não tinha dúvida alguma nisso, tanto mais que a situação já não é tam penosa.

São estes os meus votos e mais teria que dizer, mas isso farei na ocasião oportuna. Não será um programa ideal, mas também não é uma banalidade.

Não tenho dúvida em auxiliar a comissão de orçamento, pois não tenho para ela segredos.

Não quero forçar a Câmara pedindo urgência e dispensa do'Regimento, mas, ise ela entender que a deve conceder, desejaria que a proposta fosse discutida amanhã, ou se a Câmara quiser, hoje mesmo.

O Sr. Presidente:—Vou consultar a Câmara sobre a dispensa do Regimento o urgência pedida pelo Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. António Granjo:— O Sr. Ministro apenas pediu a urgência.

Mesa, o Sr. António Granjo diss.e que eu apenas tinha pedido a urgência.

Devo dizer a V. Ex.a que a comissão de orçamento, sendo convidada a dar parecer para amanhã, terá de fazer um estudo minucioso das verbas, o queFsem dúvida não pode fazer em tam curto prazo de tempo. Deste modo melhor seria que a Câmara discutisse a minha proposta, como já tem feito a outras propostas de duodécimos que se discutiram na mesma sessão em que são apresentadas.

Se a Câmara se confranger em votar a urgência o dispensa do Regimento eu não me sinto melindrado, podendo ficar para amanhã.

V. Ex.a porá à votação o rieu requerimento e- a Câmara resolverá, porque a proposta ficará na Mesa para que os Srs. Deputados possam estudá-la.

O Sr. António Granjo (sobre o modo de votar} : — A forma como V. Ex.a, Sr. Presidente, põe à votação o requerimento do Sr. Ministro das Finanças satisfaz em parte a Câmara, mas o Sr. Ministro fez um discurso que merece da parte da Câmara uma atenção especial e demais estão na ordem do dia as propostas de Angola ; que há muito estão esperando a análise da Câmara. Creio que o Sr. Ministro não se importará que fique para amanhã a discussão da sua proposta.

O Sr. Vitorino Guimarães: — Declaro que voto a proposta apenas por consideração para com o seu ilustre apresen-tante.

Não compreendo a vantagem que há em discutir essa proposta amanhã, pois será não conhecer o a b c da Finança imaginar que a comissão, no curto prazo de 24 horas, pode avaliar as verbas que são exaradas na proposta; nestas condições a Câmara não tem mais nada de que confiar naqueles números e votar, visto que nesta altura do ano não está já votado o orçamento e faço votos para que no próximo ano económico não passemos por esta vergonha de não ter votado e discutido o Orçamento.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Finanças (António Maria da Silva); —Num esclarecimento à