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Diário da Câmara do& Deputados

que um navio de guerra buscar os restos do Soldado Desconhecido morto em África, nãa quis estabelecer desigual procedimento para o que vem de França. De resto, as ordens já estavam dadas.

O Governo, no sábado, tomou todas as medidas necessárias para que logo que o-Porto chegue às águas portuguesas seja esperado e comboiado por navios de guerra, e assim es tão prevenidos o cr uzador Carvalho Araújo Q os contra-torpedeiros Tejo e Guadiana para esse efeito.

A fim, porém, de não haver um desencontro, visto que para os navios que vêm do norte as águas portuguesas começam em. Caminha, ficou resolvido, conforme o parecer das pessoas competentes no assunto, que esses barcos fossem esperar o Porto ao Cabo da Roca.

O Sr. Leote do Rego (interrompendo^:— V. Ex.a deve saber muito bem que esses navios têm postos de telegrafia sem fios e que, por isso, ó facílimo poderem encontrar-se.

O Orador: — Eu ia justamente falar nisso.

O posto de telegrafia sem fios de Monsanto está fazendo as chamadas para poder conversar com o Porto e o posto do Cabo Finisterra já está em conversa com o posto de Monsanto para o avisar da latitude e longitude em que o navio se encontrar.

Para dar maior solenidade ao acto, estão convidados os membros das duas Câmaras, a Câmara Municipal de Lisboa e toda a oficialidade de terra e mar.

Por parte do Governo e por minha parte queremos que às relíquias dos nossos Soldados Desconhecidos sejam prestadas todas as honras, visto que nessas honras se consubstanciam aquelas que devemos dar a todos os heróis que pela Pátria verteram o seu sangue.

O Sr. Vitorino Guimarães (para um negócio urgente): — Sr. Presidente: mando .para a Mesa uma proposta no sentido de que a Câmara dos Deputados tome a iniciativa de reunir o Congresso para a prorrogação da actual sessão legislativa.

É. verdade que em harmonia com os .preceitos legais foi em Janeiro apresentado o mapa das receitas e despesas, mas

não se fez a apresentação completa dos orçamentos à comissão para qne pudesse trabalhar sobre eles. Só há três dias lhe foram enviados os orçamentos de três Mi-nitérios. .

Somos, portanto, obrigados a pedir a prorrogação da sessão legislativa, e aproveito a ocasião para pedir a V. Ex.a que faça salientar ao Sr. Ministro das Finanças a necessidade de com todí. a brevidade serem enviados os orçamentos que faltam a fim de serem discutidos os pareceres respectivos com o patriotismo e abnegação de que são dotados os representantes da Nação.

É aprovada a urgência requerida. Foi lida a proposta e entrou em discussão.

É do teor seguinte'.

Proponho, nos termos da alínea/) do artigo 23.° da Constituição, que a Câmara dos Deputados tome a iniciativa da convocação do Congresso da República para resolver sobre a prorrogação da actual sessão legislativa. — O Deputado, Vitorino Guimarães.

O Sr. António Mantas:-—Sr. Presidente : é para lamentar que mais uma vez propostas desta natureza vílo para a Mesa.

Eu já tinha tomado a iniciativa de propor que houvesse sessões nocturnas para esse fim, mandando para a Mesa uma proposta neste sentido.

Vem agora uma proposta para prorrogação da sessão legislativa, o que é para lamentar.

Esta sessão legislativa funciona desde Junho de 1919. Funcionou até 30 de Novembro do mesmo ano, e foi considerada sessão extraordinária, tendo havido nesta sessão um adiamento de 13 de Setembro a 5 de Outubro.

Funcionou durante 6 meses e só produziu no fim 95 sessões, assim distribuídas : em Junho, 16 sessões; Julho, 16; Agosto, 21; Setembro, 9; Outubro, 15 o Novembro, 18.