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Diário da Câmara dos Deputados

entre o capital e o trabalho, deve ser neutral. (Apoiados}.

Compreende-se que o Governo intervenha numa greve, quando ela prejudica os serviços públicos, ou cause alterações de ordem pública, mas nesta, em que não se dão esses inconvenientes, não se desculpa a intervenção do Governo como o tem feito.

O facto é revoltante por isso que, como já disse na primeira vez que falei sobre o assunto, os elementos militares não podem ser compelidos a exercer uma profissão para o desempenho da qual não fizeram juramento. Os militares juraram bandeira para defender a Pátria e a República ; devem cumprir essa nobre missão que muito os honra, mas, para servirem de entrave a uma reclamação justíssima, parece-me contraproducente.

O Estado não pode, por forma alguma, consentis que esta situação se mantenha.

O Sr. Liberato Pinto, quando Presidente do Ministério, veio a esta Câmara e disse que se via obrigado a. enviar elementos militares a fim de comporem urn jornal, por isso que queria garantir que as empresas tivessem o seu órgão representativo na imprensa; dissemos então; está bem, mas, é preciso que V. Ex.a mantenha essa promessa não fornecendo mais braços para outros jornais. Já ouvi aqui dizer que os braços que estão compondo os diversos jornais em circulação são os mesmos que compunham o órgão das empresas; ora eu, na minha qualidade de tipógrafo devo dizer que não acredito que isso seja verdadeiro.

Não posso compreender que os mesmos braços que compunham um jornal possam agora compor quatro jornais.

Não há dúvida, portanto, que mais braços foram fornecidos para que as empresas mantenham esses jornais. Esto facto é revoltante.

Peço ao Sr. Presidente do Ministério que tome em consideração as minhas palavras e diligenceie tanto quanto possível retirar das empresas jornalísticas os elementos militares e civis, tanto mais que não faz sentido que o Estado esteja fornecendo elementos militares a fim de auxiliar jornais que estão combatendo o regime. Não se pode admitir que nas colunas dum jornal se escreva o que ontem

tive ocasião de ler combatendo ima figura policial em destaque, notícia composta por elementos subordinados da pessoa alvejada.

Isto não faz sentido, não pode continuar.

Sr. Presidente: para. não cangar mais a atenção da Câmara, dou por findas as minhas considerações enviando para a Mesa uma moção.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Chamo a atenção do Sr. António Francisco Pereira.

As moções de ordem só podeii ser recebidas na Mesa e admitidas à votação durante qualquer debate; ora neste momento não há debate.

O Sr. António Francisco Pereira : — Sr.

Presidente: se V. Ex.a me permhe transformo a minha moção de ordeoi numa proposta. Assim se fez.

O Sr. Pais Rovisco (para um requerimento*)'.— Sr. Presidente: peço a V. Ex.a rue consulte a Câmara sobre se consente cue se abra debate sobre as coasidera-ções que o Sr. Deputado socialista acabou de fazer sem prejuízo da discussão da proposta de lei apresentada pelo Sr. Ministro do Comércio.

Ê rejeitado o requerimento do Sr. Pais Roviaco.

O Sr. Pais Rovisco:—Sr. Presidente: inscrevi-me para quando estivesse presen-to o Sr. Presidente do Ministério, tendo-o feito já por mais de uma vez, pois algumas preguntas tenho de fazer a S. Ex.a