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Diário da Gamara dos Deputados

vistas do nós todos. É em S. Ex.a que o país deposita todas as suas melhores esperanças, pelo que respeita a tornar a colónia de Angola, não o prolongamento da metrópole, mas um novo Portugal.

Estou convencido de que o Sr. general Norton de Matos, com a fé que o anima, com a tenacidade que o caracteriza em todos os seus actos—e é nessa tenacidade que residem os segredos dos seus êxitos — irá, porventura, além daquilo que nós esperamos.

Não se esqueça, no emtanto, S. Ex.a de que na metrópole estão milhões de portugueses com os olhos fitos nele- para o animarem, se necessário fosse, que não é, num ou noutro momento de aborrecimento.

Devendo estar S. Ex.a, e estará, sempre em contacto directo com a metrópole, para dar a esta conhecimento perfeito de todos os actos que pratique para a realização do que sonha de grande e belo para a província de Angola, estou certo de que encontrará continuamente, sejam quais forem as vicissitudes da política, da parte da mesma metrópole um ponto de apoio seguro e sólido a todos os seus emp reendimento s.

Sr. Presidente: seja-me permitido falar agora como correligionário de S. Ex.a, para salientar uma circunstância que para mim, pelo menos, tem um alto significado da estrutura moral do Sr. general Norton de Matos. *

Quando o meu partido sofreu as violências de que foi vítima, e que todos diziam que ele estava cada vez mais retalhado, como ainda hoje se diz, o Sr. general Norton de Matos continuou sendo sempre um fervoroso partidário, nunca repudiando o que de bom ou de mau o partido tivera feito. Nfto pretendo com isto ferir a nota política; é mais, Sr. Presidente, a nota de carácter.

Eu sou daqueles que, pertencendo, como pertenço, a uma agremiação partidária, quanto mais ouvem dizer que o seu partido está enfraquecido, mais o amam e lhe querem.

Já vê, pois, a Câmara quanto orgulho tive ao reconhecer que o Sr. general Norton de Matos pensava como eu.

Sr. Presidente: já aqui foi dito, com elogio para S. Ex.a, que o Sr. general Norton de Matos ó uma das individuali-

dades a quem o país deve a intervenção na guerra. Citou-se, além de S. Ex.a, o Sr. António José de Almeida, Presidente do Ministério de então, e igualmente se citou o Sr. Afonso Costa.

Por lapso, não foi citado o nome do Sr. Bernardino Machado, actual Presidente do Ministério.

O Sr. Vasco Borges : — Eu não deixei de citar o nome do Sr. Bernardino Machado. Nem podia deixar de o citar, porque se o país pode orgulhar-se da sua intervenção na guerra, jamais ieveria esquecer o esforço daquele que nesse momento era o Chefe do Estado.

O Orador:—Dizia eu que era um lapso. Folgo em reconhecer que do facto ele não se deu. Todavia, foi-me grato ouvir as palavras do Sr. Vasco Borges, de completa justiça á acção do Sr. Bernardino Machado, e que eu não ouvira quando S. Ex.a falara.

Terminando, Sr. Presidente, direi que com o Sr. Norton de Matos viio todos os nossos corações, desejando-lhe o mais completo êxito em todos os seus empreendimentos, que são enormes.

Tenho dito.

Vozes : —Muito bem. O orador não reviu.

O Sr. Norton de Matos: — Sr. Presidente: os factos que nestes últimos dias têm ocorrido enchem-me de comoção.

Assisti nesta Câmara e no Senado a um procedimento parlamentar que me encheu de fé e de confiança nos destinos futuros da Nação.

Velho colonial, nada posso considerar de superior neste país às medidas legislativas que se referem às colónias portuguesas.