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Diário da Cariara dos Deputados

desenvolvendo-a e tornando-a em condições de nos dar, a nós, portugueses, o legítimo orgulho de sabermos construir pátrias ern regiões selváticas.

Orgulho-me, pois, do ter nomeado o Sr. Norton do Matos para Alto Comissário da nossa província de Angola, e associo-me sinceramente à manifestação do homenagem que a Câmara agora lhe tributa, querendo ver nela não só a consideração pessoal que todos têm o dever de lhe prestar, mas ainda a afirmação convicta de que a Câmara está disposta a apoiar a sua acção em Angola, mantendo assim o princípio que defendeu quando se discutiu o nosso sistema de organização colonial.

Desta arte, estou convencido do que o Parlamento lhe dará todo o auxílio moral e material, para que a sua obra possa ser cabalmente executada, e para que o Sr. Norton do Matos empregue todas as qualidades de que dispõe na realização do tam difícil problema, como este que lhe foi agora incumbido. (Muitos apoiados).

O orador não reviu.

O Sr. Pereira Bastos: — Sr. Presidente: o Partido de Reconstituição Nacional associa-se às palavras proferidas nesta Câmara do cumprimento ao general Sr. Norton de Matos, Alto Comissário de Angola.

O Partido de Reconstituição Nacional tem a certeza absoluta de quo o Governo do Sr. Norton de Matos, há-de marcar uma era incontestável de prosperidades para aquela província e, por reflexão, de incontestáveis prosperidades para a metrópole.

Em nome do partido a que tenho a honra de pertencer posso afirmar que as qualidades reveladas pelo general Sr. Norton de Matos, o seu carácter, energia e faculdades de organizador dão garantia absoluta, a quem conheceu S. Ex.adn-rante e período da nossa intervenção na guerra, de que S. Ex.a há-de fazer em Angola tudo o que é mister para o desenvolvimento e prosperidades desse nosso domínio colonial.

Em nome, pois, do Partido de Reconstituição Nacional, dirijo a S. Ex.a os meus entusiásticos cumprimentos, associando-me de todo o coração à homena-

gem que a Câmara hoje lhe tributa-(Apoiados).

O orador não reviu.

O Sr. Augusto Dias da Silva: — Sr. Presidente: não apoiou o Partido Socialista a política da nossa intervenção na guerra, e não a apoiou porque nós, os socialistas, temos este critério de que um país só se engrandece pelo trabalho e só se consegue impor rnoralizando-se. Infelizmente, porém, outra foi a política dos homens públicos da República.

Sr. Presidente: devo confessLr que tenho do Sr. Norton de Matos uma impressão muito diferente da que tinha, muito principalmente depois que ouvi o discurso de S. Ex.a, devendo dizer que, quanto a mini, considero um crime de lesa pátria o facto de se enviar para à África o homem que nesta Câmara soube dizer alguma cousa sobre economia política.

Estou farto de ouvir tremendas barbaridades, nesta Câmara, proferidas por criaturas muito ilustradas, com muito boa vontade de acertar, mas sem cousa nenhuma na cabeça.

O discurso do Sr. Norton de Matos deixou-me verdadeiramente maravilhado, principalmente na parte em que se referiu ao problema social, interpretando-o como ele deve ser, o que infeliz mente não tenho visto fazer até hoje.

S. Ex.a expôs a esta Câmara o que tenciona fazer em Angola, e e a chego a não saber se este Parlamento já meditou nas responsabilidades que vêem para o país, do trabalho profícuo, sem dúvida, que S. Ex.a vai fazer naquela província, sem que haja entre nós um trabalho equivalente, para que não tenhamos de assistir a um período igual àquele que se seguiu após os descobrimentos do oriente, período em que Portugal caiu na situação mais ruinosa.

S. Ex.a vai levantar a província de Angola e transformá-la, e se nós continuamos nesta situação desgraçada, eu pre-gunto o que será deste país, quando S. Ex.a resolver o problema daquela província, e conseguir que ela nos forneça os produtos de que necessitámos, mas talvez por preços tais que seja impossível competir com eles.