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Diário da Câmara dos Deputados

cargo de Comissário de Angola; a sua escolha foi unanimemente sancionada pelo Senado e esta sanção implica o reconhecimento, por parte do Senado, e hoje por parte da Câmara dos Deputados, de que S. Ex.a é, como muito bem disse o Sr. Ferreira da Bocha: the right man in ihe right place.

O Sr. Norton de Matos é nos meios coloniais portugueses e nos meios coloniais estrangeiros, conhecido, bem conhecido mesmo; S. Ex.a é um colonial que conhece as colónias e as colónias conhecem-no.

Está bem, portanto, no meu entender, a escolha de S. Ex.a

Que S. Ex.a ao partir não vá, porventura, ele homem de fé através de toda a sua vida, possuir-se dum estado de descrença que é talvez lógica por ser lógica a descrença do país inteiro. No desempenho da sua missão e quando S. Ex.a tenha de apelar para a metrópole e para o Congresso, a metrópole e o Congresso saberão corresponder ao seu apelo.

Não vá descrente, vá confiante de que se nós por vezes temos esquecido os altos interesses nacionais, sempre que S. Ex.a para nós apele, não saberemos proceder de maneira diferente daquela que S. Ex.a desejava que procedêssemos.

Teve S. Ex.a há poucos dias uma prova do que afirmo; trouxe à Câmara um conjunto de medidas que disse necessárias para a vida de Angola e o Parlamento acedendo ao apelo patriótico de S. Ex.a soube bem corresponder a esse apelo, aprovando essas medidas.

Isto é um exemplo que estou certo se repetirá.

Com. S. Ex.a vai um pouco da alma nacional, com S. Ex.a vão também as esperanças de todos nós, e se é certo que S. Ex.a não necessita de receber lá longe as indicações da 'metrópole para bem agir, devo dizer que, neste momento, a minha maior esperança é que S. Ex.a lá de fora saiba dar à metrópole os indicadores precisos para que ela saia da situação de marasmo em que se encontra.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Vasco Borges. — Sr. Presidente : através da história vários têm sido os períodos de vicissitudes e perigos que a na-

cionalidade portuguesa tem atravessado, mas em todas essas épocas e em todas essas fases em que a independência e a integridade da Pátria perigavam, sempre a energia desta raça e o estorço deste povo se concretizaram na alma de alguns heróis, que puderam arrancá-la do abismo em que ia despenhar-se. Nos primeiros dias de Agosto de 1914 iniciou-se para Portugal um desses períodos de perigo e Portugal precisou de que o esforço, a energia e o espírito patriótico do povo mais uma vez o salvassem; fizeram-se en tão ouvir, como noutros momentos passado, as vozes dos fracos, dos defectistas, dos tímidos alafmados com o esforço que a salvação da Pátria ia exigir, mas, felizmente, Sr. Presidente, os Srs. Afonso Costa, António José de Almeida e general Norton de Matos levantaram, então, a energia nacional e a alma da Pátria, assim o podemos dizer.

Sr. Presidente: foram homens esses a quem a Pátria ficou devendo muito; são nomes esses que a história terá de registar com letras de ouro.

Assim, Sr. Presidente, os nomes de Afonso Costa, António José do Almeida, Norton de Matos e BernardinD Machado jamais poderão ser esquecidos pela Pátria Portuguesa, pelos bons serviços prestados, e, muito especialmente, o de Norton de Matos, pelo seu esforço militnr e boa organização que deu ao Corpo Expedicionário Português, para assim na Flan-dres poder defender a honra nacional, esforço esse que a Pátria tantc precisava para salvar-se, salvação essa que se deve igualmente ao nosso esforço e ao nosso sacrifício.

Jamais se poderão esquecer, Sr. Presidente, os esforços e os sacrifícios que esses homens empregaram no sentido de salvar a Pátria e a República.

Assim, Sr. Presidente, Portugal, tendo entrado na guerra e tendo-se batido pela justiça e pelo direito, contrib jíu' com o seu esforço e com o seu sangue para a vitória dessa justiça e desse direito.