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Diário da Câmara dos Deputados

derada, e com razão, o milagre de Tancos. (Apoiados).

Foi assim que pudemos mandar para a África alguns milhares de soldados a fim de manter a integridade e o prestígio do nosso domínio colonial, e pôr em França, ao lado dos nossos aliados, ao serviço da causa da justiça e do direito dos povos, um exército valioso que, pela sua acção heróica, mais uma vez levantou o bom Dome de Portugal, assegurando-lhe um lugar de destaque entre as principais nações da Europa.

NEo vem fora de propósito a homenagem que prestamos ao homem que, pela sua acção pessoal, mais contribuiu para a eficácia da nossa participação na Grande Guerra, no momento em que chegam a Lisboa os restos daqueles, oficiais uns, heróis obscuros outros, que pela sagrada causa da Pátria perderam a vida.

É certo que a acção do Sr. Norton de Matos foi desgraçadamente interrompida e quási por completo prejudicada por lamentáveis acontecimentos políticos e por tal forma que o nosso país não conseguiu manter até o fim aquela atitude alevanta-da e nobre que todos desejávamos.

E certo que esse período nefasto da nossa história poderia ter-nos causado graves dissabores e irreparáveis prejuízos se os nossos heróicos soldados da Flan-dres, apesar de tudo, se não tivessem mantido nas linhas de batalha até final. É certo; mas a obra de Norton de Matos fica absolutamente de pé, como uma obra imorredoura de patriotismo e de fé. (Apoiados).

Mais tarde, na Conferência da Paz, Norton de Matos prestou ainda relevantes serviços ao seu país. Efectivamente, quem tiver verificado a acção desse homem, ao lado de Afonso Costa, terá ocasião de constatar quam grandes foram esses serviços, quer em discussões perante os respectivos organismos dessa Conferência da Paz, quer perante aquelas pessoas que, altamente colocadas, desse organismo fizeram parte.

Mas, além disso, são conhecidos bastante para que o general Sr. Norton de Matos fosse indicado imediatamente por consenso unânime, pela opinião pública como sendo a pessoa indicada para o alto lugar de Comissário da "República em Angola (Apoiados).

Estou certo de que outra indicação não houve no exército ao ilustre Ministro que veio trazer o seu nome a confirmação do Senado para este lugar.

Vimos que o Senado da Kepública, unanimemente, confirmou essa proposta por reconhecer nela a expressão verdadeira da sua confiança no homem escolhido. (Apoiados).

Pois bem, que a Câmara dos Deputados, nos termos da Constituição, tivesse voto nesta matéria, estou ce:rto de que não procederia doutra forma, não emitiria votos contrários. (Apoiados).

Reconheceria que essa era a indicação da opinião pública, votando no nome do general Sr. Norton de Matos. (Apoiados). O criterioso cuidado com que o general Sr. Norton de Matos tem desenvolvido a sua acção desde a sua nomeação até a sua partida ó o início da confirmação por nós da confiança que nele depositamos, e a votação de duas das suas propostas importantíssimas aqui trazidas à Câmara, e já aprovadas também pelo Senado, é também a confirmação dessa mesma confiança.

Mas não é mal que ele ainda hoje sejfl, aqui mais uma vez solenemente rememorado.

Se se diz que o futuro de Portugal está nas colónias, e se isto é já frase banal, é certo, porém, que com esta frase se afirma uma grande verdade, pela qua^ Poatugal já se bateu e continuará a bater. (Apoiados).

Podemos dizer isto: o futuro de Portugal está nas colónias,-ma» principalmente na colónia de Angola, cujas condições especiais impõem uma acção mais especial.

Mas para que a acção possa dcsenvol-ver-se nessa colónia é necessário que à sua frente esteja quem tenha grande conhecimento de assuntos coloniais, uma cuidada preparação, um grande espírito de dedicação e patriotismo.

'Simplesmente, com a maior satisfação de todos, esses predicados se reúnem na pessoa do Sr. genoral Norton de Matos. (Apoiados).