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Diário da Câmara dos Deputados

O Orador : — \ Creio que me cs:ou cingindo ao assunto!

Eu pregunto se este homem pode continuar à, frente da polícia de invesligação.

Vou fazer a última pregunta ao Sr. Presidente do Ministério.

Não sei se ó verdade o que para aí se diz de que a guarda nacional republicana vai adquirir em França quarenta camiões o que para esse fim já depositou dinheiro em França.

Desejo que S. Ex.a mo informe se isto é verdade e se a aquisição foi feita em concurso.

Desejo que S. Ex.a me dê autorização para eu ver esse processo e que dê as suas ordens no sontido de que não seja feita aquisição dos camiões sern que seja observada a forma de concurso público.

O orador não rfiviu.

O Sr. Presidente:—Vou ler os nomes dos Srs. Deputados que hão-do representar esta Câmara no embarque do general Sr. Norton de flatos.

Abílio Mareai. Bídtasar Teixeira. António Mantas. Vitorino Guimarães. João Águas. Pires de Carvalho. Ferreira da Rocha. Vasco do- Vasconcelos. Vasco Borges. Malheiro Keimão.

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior e, interino, da Agricultura

(Bornardino Machado): — Sr. Presidente: quando se discutiu a apresentação do Governo, ouvi, com. toda a atenção que lhes do via. os oradores que chamaram a atenção do Governo sobre o conflito da imprensa.,

. Parece-me que seria preferível ocupar--me deste assunto fora da discussão política : por isso deixei de fazer considerações que ora passo a apresentar à Câmara muito sucintamente; não é porque a questão não mereça todo o interesse, nem porque as pessoas que a ela se referiram não mereçam a maior atenção.

Xão há nada, absolutamente nada, da actual situação que seja propriamente da responsabilidade dôsto Governo.

No que eu dou toda a razão ao ilustre Deputado, porque penso como S. Ex.a, é que nada mais deplorável do que o conflito da imprensa. Eu vou explicar.

Dum lado está o órgão dos trabalhadores da imprensa e logo a seguir vários jornais hostis às instituições; do outro lado um jornal hostil às instituições, dois .órgãos de grande informação e outro que defende ideas republicanas.

Os partidos que se encontram representados no Poder naO tem órgão, não havendo um sequer que defenda o programa do Governo.

E esta a situação, que não foi criada por vontade dos republicanos qi.o nela se encontram envolvidos.

Quando me refiro aos jornais hostis à República, não lhes devo chamar jornais, porque não são jornais, são pasquins di-famatórios da República.

Aqui, Sr. Presidente, acho que estaremos todos de .acordo om apelar para o espírito .dos republicanos que estão dum lado e doutro, para que resolvam este conflito a dentro dos seus interesses, mas com honra também para a República.

Não se trata meramente duma questão de interesses particulares. Se nela estivessem apenas em jogo esses interesses, ou nada tinha que dizer; seria Lina cousa entre operários e patrões. Estí. nela envolvido também o interesso público geral, interesse moral, que é, nes::e caso, a manifestação da opinião pública.

Tenho simpatia por uns o outros, mas, acima do tudo. está a defesa do supremo interesse da manifestação livre da opinião pública, sem a qual não há democracia, não há República.

Sr. Presidente: assim, direi que posso contar com os trabalhadores, com os operários, c, quando o Sr. Nuno Simões aqui falou em seu nome, eu estive para fazer minhas as suas palavras.

Eu quero muito, Sr. Presidente, aos operários, mas preciso lembrar-!hes, c espero, que as suas reclamações sejam íei-tas por forma que não possam prejudicar a República.