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Sessão de 8, 11, 12 e 13 de Abril de 1921

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blica, mas o povo pegando om armas atacou os monárquicos e Monsanto salvou a República mais uma vez. . Mas chegou agora o momento de eu dizer que é necessário que ninguém diga que nós republicanos não somos capazes de fazer justiça a ninguém.

Quero referir-me aos dezembristas.

Para mim há duas categorias de dezembristas.

Há,homens qne fizeram o dezembrismo por ódio à República, por ódio à intervenção na guerra e por ódio à própria pátria.

Há também os dezembristas por ódio ao Partido Democrático.

Aos primeiros não posso perdoar.

Aqueles que foram para o dezembrismo por ódio ao Partido Democrático não têm o meu ódio nem o meu ressentimento.

Os dezembristas que o foram por ódio contra o partido democrático quando saíram para a rua ao lado dos republicanos na defesa da República não têm o meu ódio.

Os dezembristas dessas condições estavam convencidos de que os monárquicos eram incapazes de os trair.

Quando fui interrogado no governo civil; eu disse ao alferes que me interrogou: ^ os senhores estão cavando a ruína da República.

*Êle respondeu-me: os senhores julgarn-nos ocapazes de trair a República, mas nós somosvrftpublicanos; e eu respondi-lhe que não tardavria muito que, sendo assim, eles não tivesseyu. de vir para a rua, comnos-co, de armas na mão, defender a República contra dg? monárquicos.

Passaram-se"»dois meses e os republicanos de todos o!(s partidos confundiram-se em Monsanto af defender a mesma eausa e a mesma bandeira.

O referido /alferes tinha-me dito que estavam convencidos absolutamente da lealdade dosfmonárquicos. e que nós é que éramos inifnigos do dezembrismo e lhes

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dávamos/muito que fazer, porque éramos muitos^ tinhamos muita forca.

Â^s profissões de fé dos monárquicos viu-se depois como foram.

Sr. Presidente: não será já muito longo o meu discurso porque não tenho o propósito de tomar muito tempo à Câmara. Tenho, apenas, o propósito de dizer tudo quanto sinto.

Os monárquicos vêm com notas oficiosas dizer que nesta ocasião não promoveriam alterações de ordem pública, e nós temos de antemão a certeza de que o movimento monárquico está prestes a explodir. Tal é a lealdade como procedem! .

jíi velha a mania das amnistias. Já em 1911, nesta casa do Parlamento, se lançou a primeira amnistia para os monárquicos, e uma das pessoas que mais falou à compaixão foi o Sr. António Granjo, que assim viu engrossar as fileiras do seu partido. Era a tática de fazer ingressar os monárquicos nos partidos conservadores, mas tal não aconteceu, porque os monárquicos têm o ódio entranhado à República, apenas porque não querem que a República salve o País. Q seu intuito é criminoso, porque querem impor um sistema que o País repudiou.

Arranjaram até esta fórmula: antes Afonso XI fl do que Afonso Costa.

Sr. Presidente: j Estou em presença duma nova amnistia! Essa proposta que veio do Senado é uma monstruosidadej porque por essa proposta vão para a rua todos os conspiradores. Não há distinção. Passam a gozar de liberdade o simples sargento e soldado e em. iguais circunstâncias se encontraram o Visconde do Banho e Álvaro de Mendonça,

jVisconde do Banho foi o homem que promulgou o diploma pelo qual seriam fuzilados todos os indivíduos que tivessem pegado em armas! E nós, republicanos, Viimos com toda a nossa generosidade dizer a essas criaturas: j estão livres, vão-se embora! E se eles nos respondessem: