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Diário dá Câmara ãàs Dèpúiáâoi

restabelecer a Constituição, e pudemos derrubar o dezembrismo e a restauração da monarquia.

Eu estou absolutamente convencido de que, votado o projecto na generalidade, para que ele não seja essa obra monstruosa que veio do Senado, lhe serão introduzidas emendas de maneira a abranger aqueles que nunca atentaram contra a República, que é a segurança da Pátria e da honra da Nação.

Sr. Presidente: quando eu tinha a hon-rã de fazer parte da Mesa como 1.° vice--secretário, alguns telegramas passaram pelas minhas mãos, cm que republicanos de afastados pontos do país diziam:

«Se os senhores derem a amnistias não tornaremos a pegar em armas».

A esses republicanos desalentados eu respondia que esperava que eles não cunu prissom essa promessa, e que nas horas em que fosse preciso combater contra os monárquicos não haveria um único republicano que se esquecesse de cumprir o seu dever. Eles então saberão castigar aqueles que à Peítria e à República não querem dar uma hora de sossego.

Os monárquicos apregoam que se pegarem em armas e forem vencedores, serão mortos não só os republicanos mas ainda as próprias famílias.

Sr. Presidente: poucas afirmações mais tenho de fazer. Mas uma há para que peço a atenção de V. Ex.a e da Câmara e bem assim a dos Srs. Senadores que vejo presentes. Na hora em que vai ser concedida a amnistia aos conspiradores, h;', crianças que não têm pai, porque elo morreu em Monsanto, na defesa da República.

Ali morreu José Pedro Cascata, que deixou filhos órfãos.

Pois está nesta casa do Parlamento um projecto de lei para conceder uma pensão a essas crianças e comete-se o crime de não o discutir, deixando morrer de fome essas criancinhas, filhas daquele que morreu pela República!

A generosidade é só para os nossos inimigos. Aqueles que se sacrificaram estão à mercê do desleixo e abandono.

Tem-se dito que uma das razões principais porque se tem de dar a amnistia é a dos processos estarem mal instruídos.

E mais uma prova do desleixo dos Governos da República, que deveriam investigar dos motivos por que os processo^ estavam parados.

Foram os processos mal organizados do propósito para que eles pudessem ser postos na rua.

Ouvi dizer que os processos eram demorados porque havia gente a ganhar di-nheiroe não queria que acabassem os ser--viços em que se encontram. |E ha Governos que consentiram tam alta pouca vergonha!

Antes de terminar eu quero dizer à V. Ex.a que se fosse possível aquilo que1 outrora se fez na convenção francesa, quando havia algum caso grave a discutir, eu desejava que neste momento solene pudesse aqui ver os filhos de todos aqueles que os monárquicos assassinaram, para lhes preguntaf sé eles queriam que se votasse a amnistia. Eu tenho a certeza de que eles, com os olhos fitos na República, diriam : amaldiçoados sejam os conspiradores monárquicos e todos aqueles que os protegem e acarinham.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra quando o orador haja devolvido as notas taquigráficas.

Foi lida e admitida na Mesa a moção, s

O Sr. Augusto Dias da Silva: — ?&Q-queiro prioridade para o projecto d/3 Sr. Plínio Silva.

Leu-se na Mesa a primeira nioção (Tavares de Carvalho). /'

Foi rejeitada. ' . '-

O Sr. Cunha Leal: — Bequeiro a contraprova, e invoco o § 2.? do artigo 116.° Procedeu-se à contraprova e à contagem. De pé 57 Srs. Deputados, sentados 24. Foi rejeitada. \

Leu-se a moção do Sr. Sa^2Jereira. Foi rejeitada. ^

O Sr. Presidente:—Há sobre a Mesa dois projectos: um do Senado e outro do Sr. Plínio Silva, que torna a amnistia mais ampla, o qual, pela ordem que está, tem de ser votado em segundo lugar.