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Sessão de 26 de Abril Je 1921

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dito para aí, que a cáraj anha dê calúnias movidas contra nós por tantos o tantos renegados brasileiros r ao tem importância alguma. Tem na, e imensa. .Não só abrange um número (norme de brasileiros, senão que à frento dela se encontram Ministros, Senadores, Deputados, car-diais, arcebispos, bispos, párocos, oficiais do exército de terra e mar, estudantes o professores.

E tam violenta é essa campanha que eu não conheço, em nenhumas circunstâncias da história, em quaisquer outros países, outra idêntica. Nem entre países em guerra, quanto mais entre países em paz e que se dizem amigos.

Nunca na Alemanha, em guerra com a França, se disse desta, ou vice-versa, o que de Portugal se está dizendo no Brasil. Só contra Portugal tal campanha seria possível.

Estou corto, Sr. Presidente, de que se alguém no Brasil dissesse da França, da Inglaterra ou da Alemanha o que tantos brasileiros estfio dizendo do Portugal, há muito que qualquer das três nações o teria feito emmudecer.

Ah ! sim, Sr. Presidente! Não tenha V. Ex.a e não tenha a Câmara a monor dúvida. Nenhuma nação consentiria que a insultassem, melhor dizendo, que sobre ela se cuspisse tuda a casta de impropério e de insulto, não só na imprensa como em comícios e reuniões da praça pública, a que assistem e onde falam, chegando a soltar «morras a Portugal», oficiais de marinha e do exército, funcionários civis de categoria o até de confiança dos Governos, como sobre nós se tem cuspido.

Mas as nações, Sr. Presidente, não valem só pelo número dos seus habitantes, ou pela íôrça dos seus exércitos.

Valem, sobretudo, pela razão e pela justiça que lhes assistem.

Se o Governo Po?%tuguês e o nosso embaixador no liio do Janeiro houvessem sabido defender a dignidade desta terra, não digo que tivessem feito cessar a campanha^ nativista, mas o que teriam por certo conseguido, era que ela se exercesse nos limites da decência, para honra do próprio Brasil.

Nessa campanha há duas cousas a distinguir, qual delas mais cheia de perfídia e mais falha de probidade scientífica:

uma diz respeito ao passado^ bntra ao presente. • ' • ' / *

Quanto ao presente, afirma-se que'o! português é analfabeto e -rude e que é um estorvo e uma vergonha para a jjátria1 brasileira a sua hegemonia no Brasil.

Estes são os próprios termos dos nati-vistas.

Quem tem lido os iorhais brasileiros contrários a Portugal não ignora -que o seu cavalo de batalha é a pretendida hegemonia portuguesa.

^Mas como ó que o rude, o bronco, ò charro analfabeto português" conseguiu obter" e consegue manter a sua hegemonia no Brasil?

Extraordinário caso! •

Uma de duas: ou' os nossos compatriotas valem mais, e muito mais, do que pretendem os seus ferozes inimigos, ou os brasileiros que os atacam estão abaixo do charro emigrante português.

Rude e analfabeto é o habitante da Galiza.

Ninguém sustentará, creio, que os galegos, o duma maneira geral todos os filhos da "Espanha, são menos rudes e mais cultos do que os portugueses.

Todavia os espanhóis são recebidos de" braços abertos, magnificamente, em todas as repúblicas sul-americanas. :

• Não alegam os naturais da Argentinaj -do Uruguai, do Paraguai, do Chile, do Peru, da Bolívia, etc.^ que os espanhóis os absorvem e dominam.

^Porque são superiores aos brasileiros?

Triste diploma que estes lavram a si mesmos.

Nunca um povo superior, nem quando é vencido pela força das armas, se deixou absorver e dirigir pelos povos inferiores.