O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Diário da Câmara dos Deputados

notabilíssimo geógrafo, e, depois, o outro não meãos notável geógrafo inglês, Mar-kham. -

- Facto sobre o qual, depois da publicação do notável livro do Sr. Bensande, não ficou a menor dúvida. Martim da Boémia, a quem se atribuía a tal sciôncia alenuã, não passou de um entrujão. Dele diz Ea-venstein que se «qual o espectro do pai de Hamlet, pudesse voltar a ver a luz do luar 0 vagueasse pelas ruas de Nurem-berg, ficaria bem admirado ao contem piar a bela estátua de bronze erigida em 1890, em sua honra, na sua terra natal».

O geógrafo belga Léon Oahun, demonstrou que as origens do Nilo e todos os trabalhos de que se gloriaram Barth^ Livingstone. Speke e Stanley, oram já conhecidos dos portugueses no século

XVI.

J2, como estes, outros testemunhos não menos autorizados.

Sob esse ponto de vista a nossa glória é sem igual.

Todos os grandes historiadores e geógrafos põem em relevo a espantosa ignorância de Colombo, que não soube levantar uma carta dos territórios a que aportou, que errou as latitudes, e cie forma desastrada, que tomou Cuba pelo Catha.y, que tomou o Haiti pelo Cipango, que morreu convencido —espantosa cegueira!— de que tinha chegado à China e ao Japão.

. Ao mesmo tempo, quanto mais os anos decorrem mais se reconhece e admira a cultura e a sciência, a alta sciência, dos •portugueses dessa época.

Era preciso fazer largamente esta propaganda, até entre as chamadas classes cultas, que ignoram estes factos. Era preciso convencer o povo, esses pobres portugueses que mourejam no Brasil, de que - «Só falsas e caluniosas as asserções dos ÉM3UB odientos e odiosos carrascos brasileiros.

Era preciso dar a todos o orgulho da sua raça.

Contra a falta dessa propaganda ó que eu protesto.

Contra o abandono a que o Governo lança casos de tanta magnitude é que é a rainha revolta.

Se ó Sr. Embaixador no Brasil só votasse à patriótica tarefa de levantar bem alto o nome desta pátria, em vez de se

andar einbebando pelo Kio de Janeiro, entregando-se a orgias indignas do seu nome, da sua idade e do seu cargo, talvez que se não atrevessem ao que se têm atrevido os inimigos de Portugal.

Porque a verdade é que essa campanha, Sr. Presidente, não cessou. Antes se está tornando cada vez mais acesa e mais desaforada. Antes cada vsz mais se alastra.

Leia V. Ex.a íi Pátria, do Rio de Janeiro, de 27 de Março, e convencer-se há de que a guerra que nos fazem os nati-vistas aumenta eni intensidade e qualidade.

Em artigo de fundo desse cia e sob o título sugestivo Ò jacobinismo em publicações oficiais, vem a Pátria combatendo as afirmações que o Sr. Bulhões de'Carvalho, outro descendente de portugueses, outro renegado inimigo da su;i raça, director gorai da estatística, faz, em francos, contra nós, num documento oficial.

Mas como nEo há-de ser assim, Sr. Presidente, se o embaixador do Portugal é o primeiro a aplaudir o nativismo, em conferência pública, como PU já denunciei e provei no meu jornal? Os próprios na-tivistas confessam que a sua guerra é dirigida exclusivamente aos portugueses.

E o Embaixador de Portugal não só justifica em conferência pública o nativismo, mas até o exalta.

(j Pode esse homem continuar representando o nosso país no B rã sol, depois de tudo quanto fica relatado?

O Governo e a Câmara que respondam.

Apelo para os seus sentimentos pátrio-' ticos.

Ainda há pouco, quando vinha para esta Câmara, encontrei um português muito inteligente e muito culto que me afirmou que todas essas acusações deviam ser inteiramente verdadeiras, visto que ele próprio já tivera ocasião de ver o Embaixador Português no Brasil comple-tamente bêbedo nas ruas do Bio de Janeiro. Se o nosso Governo estiver disposto a mandar proceder a um inquérito a tal respeito, ou não tenho dú\ida alguma em declarar perante qualquer comissão o que acabo de relatar.