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Sessão de 26 de Abril de 1921

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O Sr. Presidente:—Está nomeada a comissão para estudar a proposta sobre vinhos, o qual é composta dos seguintes Srs. Deputados:

Vitorino Guimarães, Jaime Vilares, Go-dinho do Amaral, António Graujo, Leio Portela, Carlos Olavo, José Barbosa, Domingos Cruz, Orlando Marcai, Manuel José da Silva (Porto) e Nuno Simões.

O Sr. Nuno Simões:—Pedi a palavra para um negócio urgente, estando presente o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, mas como S. Ex.a não está presente. ..

O Sr. Presidente:—Foi cliamado ao Senado. Se V. Ex.a quere, reservo-lhe a palavra para quando S. Ex.a estiver presente.

O Sr. Nuno Simões:—Desejo que me seja reservada a palavra.

O Sr. Pais Rovisco : — Sr. Presidente: pedi a palavra para que o Sr. Ministro da Guerra me informasse acerca da verdade duma notícia vinda na Imprensa de Lisboa, respeitante á situação dos mutilados da guerra.

Parece que esses mutilados foram ou vão ser expulsos de Arroios.

Não acredito que os factos se tenham passado como a Imprensa de Lisboa o descreve; como não posso acreditar, trazendo esses homens constantemente o atestado de sacrifício pela Pátria, e havendo sido feita uma apoteose aos Soldados Desconhecidos, havendo os seus corpos estado no Parlamento, e tendo-se dito aqui que esse era o momento dado para uma amnistia, para esquecer os crimes contra a Pátria.

Não posso compreender que o Governo da República expulsasse do Instituto de Arroios esses servidores da Pátria e da República. (Apoiados}.

Isto é tanto mais grave, se é verdadeira a notícia de que os monárquicos se reuniram para comprar uma quinta a fim de internar os mutilados de guerra.

Isto é mais um vexame lançado sobre a República. (Apoiados}.

Os monárquicos certamente não o fazem porque o seu coração lhes diga que o devem fazer, mas para mais uma vez deprimirem a República. (Apoiados).

Pertence ao Governo dois membros do Partido Pcpular, a que me honro de pertencer, e se assim falo é porque antecipadamente sei que os membros do Governo pertencentes ao Partido Popular estão inteiramente do lado da justiça que se deve a esses servidores da Pátria, (Apoiados}.

Outro assunto eu desejava tratar na presença do Sr. Ministro da Agricultura, pedia a V. Ex.a para fazer constar a S. Ex.a que desejava a sua presença, mas que vou tratar do assunto por considerá-lo urgente.

Dizem os jornais quo o Comissário dos Abastecimentos mandou uma brigada de comerciantes do norte, para o distrito de Portalegre, para requisitarem azeite.

No Porto estava o azeite a 8$ e a 10$ o litro; e esses comerciantes vão requi sitá-lo a 2$.

Há muitos produtores de azeite em Portalegre que estão resolvidos a não entregar o azeite, porque, dizem eles, não podem servir o intermediário para que enriqueça dum momento para outro, por autorização do Governo.

Eu tenho-os aconselhado a não entregarem o azeite.

Acha-se à frente do distrito do Portalegre um republicano inteligente, estando eu absolutamente convencido de que ele não consentirá que o Comissário dos Abastecimentos pratique um acto desta natureza.

Tenho dito.

O Sr. Manuel Fragoso: — Sr. Presidente: com satisfação vi que do lado da minoria popular uni amigo meu se levantou para tratar em. negócio urgente da questão dos mutilados de guerra.

Se S. Ex.a o não tivesse feito, eu. Sr. Presidente, sem dúvida alguma levantaria hoje aqui essa questão, que mn parece que deve ser urgentemente atendida não só pelo Govôrno como por toda esta Câmara.