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Diário da Câmara dos Deputados

não tem sido possível concluir o inquérito, e parece mesmo que a sua morosidade dará em resultado eternizar a questão.

Não posso compreender que se ordene um inquérito a uma suposta irregularidade sem que se comece por demonstrar, ao menos, a legitimidade da presunção justificativa do inquérito.

Se efectivamente houve qualquer irregularidade, é preciso que ma demonstrem, pois só depois disso eu tenho o direito de mandar inquirir, e ainda assim posso preguntar aos interessados a razão por que não cumpriram o seu dever de fazerem lavrar um termo do entrada dos seus documentos para se acautelarem contra qualquer possível extravio.

Nestas condições, a questão do rio Bossa vai ter a sua solução definitiva, visto que não houve nenhuma espécie de provas que invalidasse a concessão.

Relativamente ao caminho de ferro de Portimão a Lagos, foi uma má interpretação duma proposta que me fez o Conselho de Administração dos Caminhos de Forro do Estado, que motivou a suspensão de certas obras cuja execução era muito dispendiosa e não podia ser compensada pelas receitas do Estado.

Estamos, porém, todos de acordo em que encontrando-se os trabalhos muito adiantados, faltando apenas o assentamento da via, esses trabalhos continuem de forma a completarem-se o mais rapidamente possível.

O orador não reviu.

O Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo (para explicações]: —Pedi a palavra para agradecer ao Sr. Ministro do Comércio a forma clara como definiu a situação do processo do rio Bessa. S. Ex.a, fornecendo--me informações e detalhes que eu desconhecia, definiu ao mesmo tempo unia atitude bem digna dum Ministro da República.

Pela maneira como S. Ex.a se referiu a este assunto, demonstra bem que tomou a sério o seu papel, como outra cousa não era de esperar da sua inteligência e das suas altas qualidades de brilhante parlamentar, há mnito evidenciadas e reconhecidas por esta Câmara.

S. Ex.a mostrou assim que sabe defender a verdade e a justiça, prestigiando a lei e com. ela a República.

O Sr. Eduardo de Sousa: — Sr. Presidente : foi suspenso o serviço completo da estação telégrafo-postal do concelho de Lousada.

Este concelho ó um dos centros agrícolas mais importantes do concelho de Penafiel, por onde eu tive a honra de ser eleito pela primeira vez membro do Parlamento.

Grandes esforços empreguei para conseguir que a estação telégrafo-postal de Lousada passasse a ter um serviço completo, condição indispensável para os interesses daquela região, que ó uma das mais importantes do distrito do Porto.

Peco ao Sr. Ministro do Comércio que envide os seus esforços a fim de que seja novamente restabelecido esse serviço, porquanto o seu estado actual muito prejudica esse concelho.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (António Fonseca): — Ouvi com toda a atenção as palavras do Sr. Eduardo de Sousa, e posso informar S. Ex.a do que várias pessoas de Lousada já me tinham telegrafado acerca da situaç.ão em que se encontra a estação telégrafo-postal de Lousada.

Ontem mesmo, a propósito dos telegramas que me foram enviados, eu dei ordem para se tomarem as providências necessárias.

Falando neste assunto eu não quero deixar de me referir à apree.asão de que muita gente está possuída pslo facto de serem transformadas em estações telefono postais as telégrafo-postais.

Não há razões para a chuva de telegramas e representações de protesto, porque isso não vem alterar o funcionamento dessas estações, nem de nenhum modo prejudicar os serviços telégr^fos-postais.

O telegrama continua a ser escrito no mesmo impresso, distribuído da mesma forma, apenas com a difere iça de que, em vez de ser transmitido Y>elo sistema Morse, é pela palavra falada transmitida por um determinado aparelho.