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Diário da Câmara dos Deputados

Com a atitude dos alunos do quinto ano de medicina, solidarizou-se toda a academia de Coimbra e já se nota nas res-nantes academias do país uma tal ou qual tendência para acompanhar esse movimento, embora eu saiba que algumas escolas se encontram no propósito de não adoptar tal procedimento.

Com o professor, Sr. Angelo da í]onse-ea, tornou-se solidário o Conselho da Faculdade de Medicina o igualmente se nota a intenção dos corpos docentes doutras Universidades de acompanhar o gesto dessa Faculdade.

Assim a questão tem unia amplitude de que a Câmara devo tomar conhecimento, visto não se tratar apenas, como já disse, dum conflito pessoal, mas do propósito de fazer renascer a questão universitária do que o Parlamento por várias vezes tem tomado conhecimento, sem a resolver.

Fundamentalmente, neste momento, a exigência da academia de Coimbra reduz--se a substituir um professor, com o qual ela se tornou incompatível.

Creio que existem Universidades, onde os alunos têm o direito de escolher o professorado, principalmente nas Universidades americanas, e creio que esse princípio tem dado bons resultados.

O que porém em nenhuma Universidade se permite é que os alunos escolham os seus professores numa época próxima de exames. (Apoiados).

Acresce que os alunos da Universidade de Coimbra não colocaram desta vez a questão sob -o ponto de vista doutrinário e, por consequência, com aquela elevação que obrigasse os poderes públicos a toma-la na devida consideração.

Pelas considerações feitas pelo Sr. Ministro da Instrução pareceu-me concluir que S. Ex.a não estava resolvido a satisfazer os desejos da academia do Coimbra.

Se assim é; o Sr. Ministro da Instrução tem, neste ponto, todo o meu apoio.

Segundo creio, nunca houve na história da academia portuguesa um movimento originado por tam insignificante e "fútil pretexto, nem atitude em que ela manifestasse tam pouca elevação.

É por isso que eu, um dos estudantes da Universidade que tomaram parte na célebre greve de 1907, não posso achar simpático o presente movimento da academia de Coimbra.

Não sei o que o Sr. Ministro da Instrução pensa fazer no caso de se prolongar a greve. Xão disso as suas intenções à Câmara. Não disse o Sr. Ministro da Instrução, dada a extensão qus tomou n greve, só o conflito se mantém dentro duma esfera estritamente escolar ou tem aspectos políticos e, porventura, sociais que soja necessário considerar, desde que no último manifesto os estu Jantes de Coimbra declaram que nunca pediram a substituição do professor Sr. Angelo da Fonseca por um determinado professor. No mesmo manifesto se declara, porém, ter sido indicado ao Reitor da Universidade o nome dum professor c ue o deva substituir.

Dá-se a circunstancia desse professor ser apontado como monárquico, e isto teui finito com que, talvez por criaturas interessadas no movimento, se lhe tenha dado um carácter político.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis):—<_0 que='que' foi='foi' magalhães='magalhães' republicano.='republicano.' assinaram='assinaram' dos='dos' do='do' o='o' p='p' monárquico='monárquico' professor='professor' raposo='raposo' manifesto='manifesto' uai='uai'>

O Orador:—Nom sequer lhe pronunciei o nome.

Devo dizer que a questão uciversitária conseguiu emocionar em. çer:a hora a própria opinião repi blicana.

O Sr. Carlos Ol^vo:—£ Disse o Sr. Manuel José da Silva que o Sr. Raposo de Magalhães tinha assinado o maniícsto republicano?

Conheço pessoalmente S. Ex.a, mas não sei Me é monárquico ou republicano. O que sei é que S, Ex.a nãc assinou o manifesto a que o Sr. Mamul José da Silva se referiu.

O Orador: — Mas pouco iu.porta que tivesse assinado ou deixado de assinar um manifesto monárquico ou republicano.

C que quero dizer é que esta questão tomou um aspecto político, e icferi-me à circunstância da questão universitária se ter discutido aqui, o sobre ela se terem tomado resoluções dentro duma atmosfera influenciada por espírito político.