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Diário âa Câmara aos Deputados

Nessa reunião de professores indicaram para o cargo de reitor um homem que era da confiança do Governo, e por esse motivo se fez a sua nomeação.

jOnde foi deixada de cumprir a lei n.° 861?

Eu tive a felicidade de nomear para a direcção da Universidade um homem que reúne todas as condições para o desempenho do lugar.

Tive ainda a felicidade de harmonizar os desejos do professorado com os do Governo.

Apartes.

Antes de eu ser Ministro d a Instrução, não havia reitor.

Aparten.

O que é certo é que, depois do conflito que se deu na Universidade, anterior a este, não foi nomeado pelo Governo nenhum reitor para a Universidade de Coimbra.

Esse cargo estava preenchido com carácter de interinidade, e reitores interinos é fácil conseguir.

Mas o que eu digo a V. Ex.a, e fique isso assente, é o seguinte: V. Ex.a acusou o Ministro de ter derrogado a lei n.° 861, mas não existe tal derrogação; ó uma lei em vigor, de que o Governo pode lançar mão sempre que quiser. Agora o que ó facto é que nesta ocasião houve, realmente, um momento de felicidade extrema, de forma que se pode harmonizar a •vontade da Universidade com a do Poder Executivo. Já vê V. Ex.a que é uma cousa absolutamente diferente daquilo que afirma. (Apoiados).

Mas, Sr. Presidente, parece que não era o pretexto de tratar da greve, mas o pretexto dum ataque político ao Ministro, quo levou o Sr. António Granjo a tratar desse assunto, porque S. Ex.a vem evocar a gerência do seu Governo para me preguntar o que penso a respeito do vários assuntos, e, entre eles, os que se referem numa nota de interpelação que o Sr. Alves dos Santos mandou para a Mesa. Devo dizer que foi mal escolhido o momento (Apoiados) para um ataque político, e que só manifestarei a minha opi nião acerca desses assuntos na ocasião própria ou quando se tratar da interpelação anunciada, na qual terei muito prazer que entre o Sr. António Granjo.

Emfim, para não roubar mais tempo à Câmara, eu resumo, julgando não ter deixado nenhum ponto da questão tratada por S. Ex.a sem a devida resposta. Assim, quanto ao encerramento da Universidade, não estou resolvido a fazê-lo; quanto às perdas de ano, se os alunos não forem às aulas práticas e, por esse motivo, tiverem do perder o ano, elas dar-se hão, afirmando eu, mais uma vez, que não dou perdões de acto, nem tirarei faltas por motivo da greve. Estou resolvido a abandonar esta cadei:a antes de tal fazer. (Apoiados). Quanto ao aspecto da greve actual, eu devo dizer que julgo que se trata duma questão de írredutibi-lidade dos estudantes com o professor, mas não desisti ainda de a resolver, tendo apresentado uma plataforma em que se consigna que os estudantes poderão vir fazer os seus exames às Faculdades de Lisboa e do Porto. Se, contudo, os estudantes não quiserem também aceitar esta plataforma, a greve terá as consequências que depois se verão. (Apoiados).

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Guerra (Álvaro de Castro): — Sr. Presidente: pedi a palavra para mais uma vez me refsrir ao assunto dos mutilados da guerra, e sou forçado a isso em virtude dum artigo publicado no jornal A Imprensa de Lisboa, que no sou relato parlamentar me atribui palavras que eu não pronunciei.

Realmente toda a Câmara, se nio ouviu com atenção, não me ouviu declarar aqui nenhuma cousa que se pareça com o que esse jornal reproduz na sua parte de reportagem da sessão parlamentar.

Mas, a propósito dessas palavras que me atribui, êsso diário publica um largo artigo, e nele se denuncia quanto é certo e exacto o que eu tive de afamar aqui: que se havia justo motivo paia só pedir para os mutilados cortas vantagens e garantias, a campanha que a esse propósito se vem fazendo é realizada por alguém com intuitos essencialmente perversos o de má fé. (Apoiados).

Diz o jornal A Imprensa de Lisboa que eu declarei ontem aqui que havia auto--mutilados, e que os mutilados do Instituto eram auto-mutilados.