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Diário da Câmara dos Deputados

não posso aceitar o aditamento do Sr. Estevão Pimentel.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Finanças (António Maria da Silva): — O que o Sr. Cunha Leal pretende, neste momento, não ó mais nem menos, do que a transformação em requerimento da sua questão prévia.

De resto eu não compreendo a insistência de S. Ex.a, visto que realmente nada há que objectar em relação a uma deliberação da Câmara; primeiro porque se trata duma deliberação da Câmara e segundo porque ela se concilia inteiramente com o Regimento. Efectivamente sempre foi princípio seguido nesta Câmara que as questões prévias eram discutidas conjun-tamente com as questões principais.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Leal: — O Sr. Ministro da« Finanças está enganado, nem sempre se tem seguido o princípio que S. Ex.a apontou. Lembro, por exemplo, o que se passou relativamente a uma questão prévia por mim apresentada durante a discussão do projecto da amnistia.

Quanto ao caso presente, desde que S. Ex.a usando dos direitos que lhe dá a maioria, pretende atropelar o sentido que liga à minha questão prévia, resta-me um único recurso: transformar essa questão prévia .num requerimento.

O orador nãa reviu.

O Sr. Ministro das Finanças (António Maria da Silva): — Sr. Presidente: eu pregunto se alguém impediu os Srs. parlamentares de discutir amplamente a questão prévia apresentada pelo Sr. Cunha Leal...

O Sr. Cunha Leal: — E que vantagem tem V. Ex.a em estar a discutir uma cousa que ninguém sabe se a Câmara admitirá à discussão!

O Orador:

contrário ?

qual é a vantagem em

O Sr. Cunha Leal: — A vantagem estaria em evitar uma discussão inútil.

O orador não reviu, nem foram revistos pelo Sr. Cunha Leal os seus apartes.

O Sr. Presidente: — Vai votar-se o requerimento do Sr. Cunha Leal. Procedeu-se à votação.

O Sr. Presidente: —"Está rejeitado.

O Sr. Cunha Leal:—Requeiro a contraprova e invoco o § 2.° do artigD 116.° do Regimento.

Procedeu-se à contraprova.

O Sr. Presidente: — Estão de pé 61 Srs. Deputados e sentados 9; está rejeitada.

Continua em discussão a proposta do Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Cunha Leal: — Ouvi todos os argumentos produzidos pelos oradores que atacaram a minha maneira de ver e, ouvi--QS com aquela atenção de quem quere aprender, porque não tenho princípios sistemáticos.

Confesso que não tenho dúvidas acerca do resultado desta discussão, porque o que tem de ser tem muita força; mas, todavia, eu não me sinto convencido.

Podem inventar todos os pruridos patrióticos para encobrir a sua sem razão, porque tudo isso ó a máscara de uma derrota, que eu, como português, lamento, pois desejaria antes não ter razão.

Ninguém mais do que eu desejaria que as consequências funestas que desta questão hão-de vir para o País, não tivessem vindo, não tivessem razão de ser; mas, infelizmente, a verdade é uma coasa, e os sofismas são outra.

Nós armamos em grandes homens e começamos a legislar na casa alheia.

E o que se infere da propoísta em discussão.

Eu estou num partido pequeno, em que não há preocupação dos interesses partidários, por isso eu posso marcar a minha posição nesta hora.

Se consultarem a sua consciência, V. Ex.as hão de ver que eu tenho razão; e não certos homens espertos da minha terra, que julgam que os homem de Estado do Brasil são idiotas.