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Sessão de Õ de Maio de 1921

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cio que se realizou na Avenida, onde não fui, se bem que estimasse lá estar.

Eu, Sr. Presidente, sei bem quanto penosa é a função da polícia, e tanto assim que tive ocasião de a louvar pelos bons serviços que ela prestou por ocasião das festas nacionais que há pouco -se realizaram, de forma que não posso de maneira nenhuma acreditar que tivesse havido desmandos por parte dela no dia 1.° de Maio.

Por isso eu direi que .não consinto, como republicano liberal que sou, que a polícia ou outros funcionários do Estado, pratiquem desmandos ou violências sobre os poptilifetes, pois, de contrário, não deixarei de oa^rfcpfimir.

Eu, Sr. Presidente, e a Câmara não podia esperar outra cousa, o que penso e sinto acerca dos acontecimentos a que acaba de se referir o ilustre Deputado.

Tenha S. Ex.a a certeza de que, embora esteja na esquerda deste Parlamento, não é mais popular, mais democrático mais dedicado à causa do povo do que eu sou. Sempre que S. Ex.a fale do povo, estarei a seu lado.

S. Ex.a falou-nos ainda da chamada greve da imprensa,

Sr. Presidente: haja longos dias que efectivamente essa grove dura. Falou-se aqui dela e depois de se falar, no que me pareceu ser até certo ponto uma alusão ao procedimento do Governo, eu devo dizer a S. Ex.a que, falando de novo nesta questão, me parece que vai assistir aos funerais da greve, porque creio que a liquidação dessa questão se deve fazer por toda esta semana. Não desejo de maneira alguma demorar a atenção da Câmara, mas rapidamente vou contar uma história.

Interpelado nesta Câmara por alguns Sr. Deputados sobre a questão da greve da imprensa, o que disse, eu?

Disse que havia uma questão de interesse particular, mas que também havia sobre esta uma questão de interesse público, a questão da publicidade, a questão da manifestação da opinião, sem a qual nfto há democracia, sem a qual não pode haver República. Tinha, por consequência, de, por um lado, considerar o direito da greve, considerar a questão particular que se estava travando, mas tinha por outro lado de considerar a alta questão de

interesse público, que é sempre a questão da publicidade. E permita-me V. Ex.a que lhe diga quo nós, republicanos, estamos neste momento quásí sem imprensa. Não quere isto dizer que não haja uma imprensa de larga informação, mas não é uma imprensa que estejaintegrada.no regime, com a qual a República possa in-defectlvelmente contar, porque infelizmente as nossas dissidência não nos têm permitido fazer aquilo que ó indispensável para a nossa vida pública comum, que estamos a fazer aqui e no Senado. E eu pregunto:

Depois, eu não pus de parte, como se tem pretendido insinuar, os interesses principais da imprensa; bem ao contrário: zelei-os. Fui junto das empresas e instei pela conciliação de todos esses interesses, dando ao mesmo tempo todas as facilidades à opinião pública que se quisesse manifestar por intermédio dos seus órgãos, e levando a minha imparcialidade até ao ponto de não me preocupar com os seus credos políticos.