O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

26

Diário ãa Câmara dos Deputados

a pouco tempo chegaram a duvidar de mim e a atingir-me com os seus doestos.

Há entre esses homens criaturas verdadeiramente dedicadas à Eepública, que por ela se sacrificaram até a abnegação, dando o melhor do seu esforço e da sua mocidade. Estranho por isso, e bastante, que eles se deixem dirigir por quem pretende, não resolver a greve em benefício de todos, mas simplesmente agitar, agitar.

Falei-lhes, aconselhei, mas não aceitaram o conselho, porque as suas paixões não permitiam a conciliação.

O que fizeram os grevistas?

Voltaram-se contra mim, mas eu ó que me não voltei contra ninguém.

Risos.

E voltaram-se contra mim porque eu continuava a fornecer as tipografias oficiais.

Fornecia essas tipografias porque queria assegurar a publicidade, mas ao mesmo tempo eu não descurava o assunto, e tentava resolver a greve, com mais empenho ainda nos últimos dias daquele grande acontecimento da deposição dos Soldados Desconhecidos no mosteiro da Batalha.

Eu, que nesta idade já não posso ter ilusões, desejaria ver a imprensa a esgrimir, embora fosse contra mim, mas que esgrimisse bem e com arte.

Eu queria poder dizer: realmente o artigo é cruel e violento para o Chefe do Governo, mas está bem escrito.

Havia um jornalista brasileiro que nos atacava muitas vezes e com violência; um dia fui-lhe apresentado, e ao corresponder às suas saudações, eu disse que muito estimava conhecê-lo porque os seus artigos eram de tal vernáculo, que os colocava acima de todo o espírito de injusta apreciação.

Eu entendo que a República se fez para todos, e até para os nossos inimigos.

(jQual foi a empresa jornalística que se pôs ao lado do Governo?

Felizmente pelos esforços que se empregaram, eu vejo a greve em caminho de solução. Congratulo-me por isso.

Fui injuriado, como nunca o fui pelos meus adversários políticos, os monárquicos, e é isso que mais me custa, por ver no seio republicano pessoas que assim procedem.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. António Granjo: — Há pouco tive o prazer de dirigir ao Sr. Ministro da Agricultura os meus cumprimentos políticos ; agora faço-os pessoalmente.

Eu pedia a S. Ex.a que quando vier o trigo exótico compensasse os lavradores, nomeadamente de Vila Franca de Xira, pois esses lavradores puseram à disposição do Estado o seu trigo, ficando o Ministro da Agricultura de então de os compensar. Houve a melhor boa vontade da parte desses lavradores, especialmente o Sr. Palha Blanco, e por isao pedia ao actual Sr. Ministro que mandasse para Vila Franca de Xira algumas toneladas de trigo exótico, para assim honrar o prometimento do Ministro anterior.

Pedia também ao Sr. Ministro .da Agricultura que mandasse averigi.ar o que há sobre um contrato de açúcar destinado ao hospital e que .foi desviado para fins comerciais.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Agricultura (Portugal Durão): — Tomarei na dBvida consideração os pedidos de S. Ex.a, e visto que há um compromisso. . .

O Sr. António Granjo: — N£O há compromisso algum; há apenas o desejo de satisfazer também a quem de tão boa vontade auxilia o Governo...

O Orador: — Compreendo, ião há compromisso escrito, há um compromisso moral. Eu farei todo o possivel para o satisfazer.

O orador não reviu.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): — Sr. Presidente: Peço a atenção do Sr. Ministro da Agricultura e, sendo esta a primeira vez que a S. Ex.a me dirijo, tenho a honra e o prazer de lhe apresentar os meus cumprimentos. É S. Ex.a —todos quantos têm a honra de o conhecer o sabem e o País também não o ignora— um verdadeiro valor, mas infelizmente, a verdade é também que os valores nem sempre são escolhidos no momento e para o lugar próprio.