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Diário da Camará dos Deputados—Apêndice

Mas não terminam aqui as faltas desse director que teve artes de responsabilizar em graves faltas a comissão de trigos, certamente porque não a informou como devia.

Assim, a propósito do concurso de 26 de Fevereiro, entendo que devo preferir a proposta da Sociedade Portuguesa Importadora e Exportadora Limitada, dada a urgência que eu tinha do trigo. O preço era a 400 xelins, e sujeita a confirmação r* sua entrega. Estudando as propostas restantes, vejo que a de Manuel J. da Silva era a 370 xelins cif. Lisboa e que o vapor teudo mais de um mês de viagem devia estar a chegar.

Este carregamento foi oferecido no concurso anterior para aquela firma, a 400 xelins, devendo chegar a Lisboa nos primeiros dias de Março. Não hositei na escolha. Aceitei a proposta do Sr. J. da Silva, que tinha sido classificada em terceiro lagar pela comissão porque consignava que o p roço do freto seria pago à parte.

jjQra como a designação cif inclui o frete, que me importava pagá-lo à parte, se com isto não era aumentado o preço?

E porque assim optei, o Estado ganhou mais de 500 coutos.

Tivesse eu procedido como procedeu a comissão, não faltariam as suspeitas e as conhecidas campanhas de moralidade.

Ainda mais: no concurso de l de Fevereiro, a comissão de trigos deu preferência a uma proposta do Torlados a 400 xelins. Eu optei por uma outra da mesma firma a 362 xelins, ficando a taxa de importação a cargo do comprador, consignando, poróio, que não pagaria mais da 22 xelins por essa taxa. Assim ficava o trigo cif, Lisboa a 384 xelins.

Sucedeu, porém, que a Sociedade Portuguesa Importadora e Exportadora Limitada protestou junto da comissão contra a opção de t.il proposta, porque,» com a taxa de exportação e preço, tornar-se-ia superior ao da sua proposta.

Pois sabendo o famoso director io Comércio Agrícola, que isto mio ora assim, visto eu ter fixado o máximo para tal taxa, consentia, sem esclarecimento e

protesto seus, que a comissão, por iniciativa do Sr. Gama desse todas c.s explicações aquela Sociedade e deixou om suspenso que o Ministro na verdade se conduzira conforme expunha o reclamante. E, para ficar nas boas graças dôste, ainda acrescenta que tal proposta na<_ riuito='riuito' que='que' a='a' cara='cara' nma='nma' xelins='xelins' fora='fora' porém='porém' rejeitei.='rejeitei.' mais='mais' outra='outra' p='p' eu='eu' perfilhada='perfilhada' comissão='comissão' proferiu='proferiu' omite='omite' _400='_400' pela='pela'>

Veja o Parlamento a falta do lealdade e o propositado interesso em haver sus-peições sobre o Ministro que tinha a audácia de não assinar de cruz os pareceres da comissão e aceitar os carregamentos mais baratos que os aprovados por esta entidade. E, porque assim procedia, em defesa dos interesses do Estado, que muitas centenas de contos ganhou com a minha atitude, esse famoso director do Comércio Agrícola acusava u Ministro de nSo perfilhar os pareceres da comissão, como se a sua função não fCsse meramente consultiva.

Cada vez, Sr. Presidente, me convenço mais de que as minhas qualidades não podiam convir perante a indisciplina e a luta do interesses que por aí vai em prejuízo do Estado, e por isso, por andarem, para defesa própria, na sua campanha, porque só terão a ganhar lutando para que não voltem a sentir a minha acção administrativa.

Sr. Presidente: vou terminar, não porque não tivesse muita cousa para dizer ao Parlamento, mas acabo de ser informado que resta pouco tempo para se proceder à votação da proposta que apresentei, e como quero dar todas, as facilidades para que ela se vote, vou dar por terminadas as minhas considerações. (Apoiados).

Foi aprovada a acta. õ

O Orador: — Mando para a Mesa a seguinte proposta de substituição:

Proponho que a palavra K membro» soja substituída pela palavra «Deputados».

10 de Maio de 1921.— João Gonçalves.