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Diário da Câmara dot Deputado»

previdência governamental, durante anos, em serviços agrícolas.

Estou absolutamente convencido de que, se nós estudássemos a sério o nosso problema agrícola, Portugal podia vir a ocupar uma situação desafogada, atendendo a que nesta parte da Europa existem quási todos os climas.

Se soubermos valorizar os nossos meios de transporte, se produzíssemos irrigação criando canais, nós teríamos, dentro de poucos anos, valorizadas as nossas riquezas.

Se forem ver o orçamento, verificarão que para estas obras há apenas um verba de 30 contos.

O Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo:—Há uma sonda na Ajuda.

O Orador:—Não fui eu que a comprei; eu sei que existe essa sonda na Ajuda, mas eu devo dizer a Y. Ex.a que, tendo sido director de minas durante seis anos, tenho direito de falar com alguma autoridade.

Disse o Sr. Domingos Cruz que nós temos no Ministério da Agricultura 1:530 funcionários; sabe V. Ex.;t que a maior parte desses funcionários eram do Ministério dos Abastecimentos que estão sobrecarregando o Ministério" da Agricultura.

Diz-se que é necessário pôr na ordem os abastecimentos; há muito tempo que isto se diz, e têm passado por esta cadeira sucessivos Ministros sem que nada se tenha conseguido. Eu estou há pouco tempo neste lugar, portanto não é para admirar que nada tenha feito naquele sentido.

O Sr. Domingos Cruz: — O que eu disse em relação a abastecimentos, quando tive a honra de falar, não se dirigia a V Ex.a

O Orador: — Sr. Presidente : Nós estamos neste momento atravessando uma crise económica importante, para a qual tinha sido -votada a verba de 50:000 contos. A comissão reduziu agora essa verba a 20:000 contos, e é claro que, desde o momento em que a Câmara reduziu essa verba, estabelece uma política que nós •;eremos de seguir.

É evidente que, extinguindo o preço

político do pão para as cidades? de Lisboa e Porto, teremos de assegurar o preço do trigo, e está já nomeada uma comissão para estudar este assunto.

O que é certo, o que é absolutamente injusto, é que se esteja dando, pelo Estado, um subsídio às classes ricts, de 40 e 50 centavos por cada quilo de pão e que os estrangeiros, que aqui vêm, aufiram igual beneficio.

Falou-se também nesta Câmara, nas direcções r gerais do Ministério da Agricultura. É evidente que nós teraos muitas direcções gerais neste Ministério, mas é uma absoluta verdade que só temos um director geral verdadeiro. Os outros não recebem como directores gerais. É preciso frisar bem isto. A economia proposta é uma ilusão. O meu colega das Finanças teve a amabilidade de me mostrar a sua proposta sobre a redução dos directores gerais, mas eu confesso que de maneira alguma me posso pronunciar sobre este assunto. As questões de organização têm de ser estudadas com grande cuidado e demandam tempo. E o tempo falta-me para isso. A Câmara deveria esperar por um relatório justificativo sobre o assunto.

Nos Estados Unidos há 15 direcções gerais, e lá não se assustam com isso. Porquê? Porque em toda a parte há a tendência para a especializaçãc dos serviços. Um director geral burocrático não pode ser ao mesmo tempo director dos serviços de agricultura, de bactereologia, etc. .

Um Ministro está muito mais à vontade tratando com técnicos. Nós não podemos retroceder, fazendo o contrário do que se faz lá fora. Os funcionários do Ministério da Agricultura não estão em contacto com a agricultura do país. Não podemos ter só burocratas, que não são téonicos de cousa nenhuma.

Os serviços do meu Ministério são va-riadíssimos, exigem, larga especialização e grande prática.

Ora, como uma das soluções para o Ministério da Agricultura, aponta-se a eliminação da Direcção Geral da Estatística.

Realmente os livros publicados custaram 200 contos. É caro para livreiro... Um tal livro não vale 200 contos, a não ser que se lhe meta uma nota dentro, de grande valor.