O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sèã&ãô dê 18 de Maio dê 1921

amigo Jorge Nunes qne a unidade ministe-rial não fica comprometida porquo alguns Ministros venham discutir cm voz alta, perante o Parlamento, as questões das suas p.astas; o que é necessário 6 não estar a dar a 6?se facto o sentido, as proporções que não tem. Á discussão entre honions livros é mosino necessária pára se chegar a essa unidade, unidade que, como S. Ex.a declarou, é indispensável, e é perfeitamente indispensável para se governar.

Porque dois Ministros discutem, om voz alta, perante o Parlamento, o seu pensamento, cm vez. do discutirem um com o outro em Conselho de Ministros, é facto que não podo significar se não muita confiança no Parlamento.

O Parlamento saberá qual o pensamento dê cada um, e também que cada um é capaz doa sacrifícios necessários para o o estabelecimento da unidade governa-tiva.

Já disse que nS,o podemos unicamente pensar no dever fiscal de reduzir as despesas.

Temos também de pensar na economia da Nação; não podemos unicamente pensar no fomento, mas também nos nossos recursos.

Silo duas funções de governaçílo que se devem completar.

Nada mais natural, nada mais legítimo do que o Ministro das Finanças defenda o critério fiscal, por vezes até o ponto de julgar que os seus colegas são excessivos no seu zelo.

Creio que o Parlamento tem de fazer justiça aos intuitos de um e de outro.

Estou corto de que, dentro do Governo, todos estes aspectos se têm, efectivamente, de traduzir na aspiração mais alta de bem servir a nação.

Tenha, portanto, o Sr. Deputado a certeza de que não são estas divergências em voz alta, perante o Parlamento, que podem alarmar o espírito patriótico republicano.

Mas posso descortinar o que nas minhas palavras houvesse de menos bem soante aos ouvidos do meu ilustre amigo Sr. Jorge Nunes.

O que eu quis foi afirmar bem alto que estávamos aqui para realizar uma obra patriótica, e realizá-la com o Parlamento. Havemos de encontrar, estou certo, em

todos os parlamentares, o mesmo patriotismo que nos orienta. Sem isso, não é possível, neste momento, governar-se.

A nossa situação é uma situação que sucessivamente se vai esclarecendo; cada vez vemos tornar-se o horizonte mais desanuviado para o nosso futuro.

Depois do sacrifício do nosso soldado, havemos de fazer respeitar a obra republicana começada em 1910.

Havemos de realizá-la. Mas é preciso realizá-la estando todos unidos como uma só família.

Não devemos fazer questões sem fundamento, por ser indispensável ter diante de nós os gravíssimos problemas que se apresentam.

Neste momento é preciso afastar todas essas pequenas questões.

Nilo devemos, sobretudo, estar a achar incoinpatibilidades entre homens que trabalham dedicadamente pela República e pela Pátria.

Precisamos de não converter a nação niiin campo de lutas, como têm sido até agora.

E necessário que em vez de lutas nós tenhamos toda a solidariedade indispensável para nos encontrarmos, Governo e Parlamento, com esta têmpera m^oral que -é indispensável para estarmos à altura dos nossos deveres.

Estou bem certo de que o Sr. Jorge Nunes, como toda a Câmara, sabe cumprir os seus deveres e nós havemos também de cumprir os nossos e havemos de vencer todas estas pequenas divergências que, porventura, aparecem, até mesmo pelo amor e devoção com que discutimos.

Isso não pode servir nunca para que nos combatam.

Sr. Presidente: estas questões, que aparecem por vezes no meio dos nossos trabalhos, não podem, de maneira nenhuma, retaliar-nos.

Eu já disse há pouco: se conseguirmos discutir e votar os orçamentos, teremos feito um alto serviço para o País e para a República.

Conto para isso com o ilustre Deputado, 'que tem já ocupado altos postos e que, por conseguinte, tem também grandes responsabilidades.