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tiessão de 18 de Maio de 1921

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Deputados se identifica connosco para fazermos todos os votos necessários para que o Sr. Portugal Durão volte àquele lugar.

Eepito ao Sr. Deputado: hoje não tive ocasião de me encontrar com S. Ex.a; não pude saber, por conseguinte, qual foi a sua resolução.

A minha, porém, e creio que a de todos que neste momento muito querem ao seu País, é a de instar com S. Ex.a para que volte a ocupar o seu posto, para que continue a fazer o prodigioso trabalho que fez em alguns dias e que constitui realmente um tour de force. (Apoiados).

Efectivamente, que há de estranho em que um homem que teve um sem número de assuntos a tratar no seu Ministério, hesitasse diante do problema da organização complexa do seu Ministério, .quando ele lhe apareceu em frente?

Não há nada que estranhar isso.

O Sr. Ministro das Finanças apresentou uma proposta que certamente é uma. base financeira para estudo.

Eu estimaria muito que o Sr. Portugal Durão estudasse essa base, reclamando os direitos da sua pasta, como o Sr. Ministro das Finanças reclamou os da sua. De resto, V. Ex.as sabem que ó indispensável reduzir ao mínimo as despesas; todos o querem, mas não é menos indispensável impulsionar o desenvolvimento económico da Nação.

Ambos os pontos de vista são justificáveis e nobres.

Eu recordo a V. Ex.a, Sr. Presidente, e à Câmara que em 1851 quando, depois de todas as lutas travadas entre os liberais, se iniciou uma vida de reconstrução, que se chamou de regeneração nacional, ambos os problemas foram postos em equação e o Ministro das Finanças de então foi mesmo até fora do País, foi a Londres, para negociar a redução da nossa dívida.

Sabe-se muito bem como o País então estava: os funcionários públicos não recebiam os seus vencimentos, tinham de ir receber não a totalidade dos seus vencimentos, mas aquilo que a agiotagem, negociando com eles, lhes dava.

Era efectivamente uma situação dolorosa.

Entendeu-se então que era necessário pôr ordem nas finanças públicas e o Go-

verno dessa data apresentou esse lema; mas apresentou também o lema da regeneração económica do País, pelo fomento das riquezas nacionais.

Foi essa a admirável obra desse tempo. Nós estamos, também, assim; mas não basta apenas falar em reduções, é preciso fazê-las. E, se o Sr. Ministro das Finanças, com o seu procedimento, conseguir que nós tenhamos organizados e votados os orçamentos em tempo competente, será isso uma alta vitória que há-de nobilitar o seu nome e glorificá-lo.

Nós estamos num momento em que temos na nossa frente as nações estrangeiras, mais confiantes, talvez, nos nossos destinos do que nós próprios. Dentro em pouco— estou disso absolutamente convencido — nós teremos conseguido desanuviar o nosso horizonte financeiro e económico.

Eu conto inteiramente com o concurso dos aliados, concurso que'nos é devido, concurso para alcançar o qual o País fez todos os sacrifícios, os mais dolorosos sacrifícios. Conto, pois, com o seu concurso, porque conto com a sua probidade. Dentro em pouco, repito, nós veremos levantada a nossa economia; o câmbio, que é, evidentemente, o grande mal da nossa situação financeira, há-de fatalmente melhorar e, desde que ele melhore, a situação financeira há-de melhorar também.

Somente o que é preciso, o que é indispensável para que ôste horizonte que auspiciosamente antevejo se 'transforme numa indiscutível realidade, é que não haja perturbações lá fora e crises aqui dentro. O que é preciso, o que ó indispensável, é que exista a união entre todos os republicanos, para que se não diga que os republicanos portugueses só sabem estar unidos quando se encontram na cadeia ou quando têm receio dela. Unidos os republicanos, postas de parte as perturbações e as crises políticas, nós poderemos prever então o momento em que o País conseguirá encontrar a solução dos gravíssimos problemas que o afligem, e que por muito tempo foram julgados insolúveis.