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Sessão de 18 de Maio de 1921

depressa que o câmbio atingirá essa divisa.

^ W se ao proponente não conviesse manter o preço estabelecido ?

O Estado tinha de entregar 4 milhões e 800 mil dólares ao Banco, ^e se o proponente não cumprisse o contrato, o que sucederia no dia 31 de Agosto?

O Estado recebia os escudos ao câmbio de 6, embora o câmbio nessa ocasião estivesse a 5, e o proponente pagava 80 contos de multa, depois de ter ganho nestas operações 9:600 contos !

E isto sério? E tam sério que quando eu vejo em certa imprensa levantar-se em volta duma tal proposta uma -violenta campanha de verdadeira chantage, eu sinto um nojo irresistível. Uma tal proposta avilta não só quem a faz, mas até o próprio Estado que a negoceia.

Duma vez para sempre digo isto, porque j á um qualquer jornal chanteur 'me proguntou o que penso da proposta.

Não lhe dei resposta, porque só ao Parlamento a devo.

Se como Ministro das Finanças alguém me apresentasse uma proposta destas, corria este alguém a ponta pés pela escada abaixo.

O Sr. Ministro

Falou-se muito em um caso de cabrio-lagem feito por um inglês e um espanhol.

Disse-se que essa reclamação chegou ao Banco de Portugal, e tenho pena do nS,o estar presente o Governador desse Banco para me dizer só é assim.

Já se havia feito uma tentativa de chantage com o contrato do trigo e carvão.

E preciso que cada uni faça justiça a si próprio, nesta hora grave ; aqueles que tiveram a coragem de estar calados.

Quando se tratou do caso das casas de Nápoles e C.a, e Tota e C.a, fez-se outro caso do chantage, corno tantos outros, para que se diga qualquer cousa contra a prosperidade da casa Nápoles e C.a

Não respondi; nada tenho de responder.

O Sr. António Granjo, em nome dos imortais princípios, defendeu a imprensa portuguesa.

A bem da lavoura a casa Rugeroni e Rugeroni intentou uma acção contra Manuel Vicente Pinheiro.

Não podia cumprir, dizia ele, a obrigação contratável pela razão de que a sua casa atravessava um movimento dificílimo.

Estou a apontar exemplos apenas, a respeito de tentativas de chantage feitas a propósito de trigos, para significar que o Estado está ilaqueado por todos os lados, e protesto contra isso, e, voltando ao princípio, protesto contra a greve dos eléctricos, protesto contra essa greve do capital, que quere forçar a câmara municipal a satisfazer os seus pedidos, e para isso atira para uma convulsão todo o pessoal.

Protesto também que num contrato feito pola simples forma de ofício se disponham de 10:000 contos.

Peço ao Sr. Ministro das Colónias, de cuja paciência tanto abusei, e tanta gentileza teve em me ouvir, que transmita aos seus colegas estas observações, que julguei necessário fazer para honra da Kepública.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Colónias (Paiva Gomes): — Transmitirei aos meus colegas do Gabinete as considerações que S. Ex.a acabou de fazer.

Já que estou no uso da palavra, permita-me S. Ex.a que responda ao Sr. Ladislau Batalha, que foi muito injusto quando se referiu ao governador de S. Tomé, a propósito da greve.

É para lamentar que S. Ex.a assim procedesse, pois o governador de S. Tomé é um bom e excelente funcionário, tem prestado relevantes serviços, e, portanto, S. Ex.?- não se devia fazer eco de quaisquer acusações contra o carácter desse funcionário.

Sobre a greve já eu em tempo expus ao Senado o que se passou : os funcionários públicos, dada a carestia quo galga doidamente, não podiam mãnter-se com os proventos quo tinham, e, como se demorasse qualquer benefício, puseram-se em greve, sendo auxiliados pelos nativos funcionários da alfândega, que impediram o levantamento de bagagens. Em virtude disso, apresentaram-se os proprietários, que procuraram levantá-las, donde surgiu o 'conflito, pois a polícia solidarizou-se com ôles.