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Sessão de 11 de Janeiro de 1923
vos de doença, entenderam dever pedir a demissão dos seus cargos ao Supremo Magistrado da República. E apesar dos reiterados esfôrços que fiz junto de S. Ex.ªs não consegui fazer com que continuassem a ser meus colaboradores, com grande desgôsto meu, visto que as condições em que êles tinham entrado para o Ministério nos mostravam que muito havia a esperar da sua acção.
Isto pelo que respeita às pastas de Instrução e do Comércio.
Quanto às pastas do Trabalho e da Agricultura, devo dizer que, embora a comissão de reorganização dos serviços públicos tenha aprovado a extinção dêsses Ministérios, o facto é que o Parlamento ainda nada resolveu a êsse respeito, e, por conseqüência, a situação de interinidade em que vínhamos a viver ia-se prorrogando com grande prejuízo para os serviços.
Portanto, entendi por bem preencher essas pastas e estou convencido de que os membros do Parlamento são os primeiros a reconhecer que procedi pela melhor forma.
Sr. Presidente: dou por findas as minhas considerações. Podem V. Ex.ª e a Câmara estranhar o reduzido dessas considerações, mas por mim julgo-as suficientes, tanto mais que todos nós agora preconizamos o aproveitamento do tempo para dignificar a Pátria e a República. A qualquer dos Srs. Deputados darei, contudo, as explicações necessárias, se algum entender que estas não lhe bastam.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva): — Sr. Presidente: V. Ex.ª dá-me licença?
O Sr. Presidente: — Tem V. Ex.ª a palavra.
O Orador: — Pelo que diz respeito à crise eu disse que tinha completado as minhas considerações, mas esquecia-me dizer que fazem parte hoje do Govêrno quatro novos Ministros. Três deles não preciso de os apresentar, porque são antigos parlamentares e V. Ex.ªs conhecem absolutamente sua acção.
O Sr. Ministro Fontoura da Costa não é parlamentar; mas os seus serviços são de sobejo conhecidos. S. Ex.ª foi escolhido por elementos da agricultura para reger a Escola de Queluz; e todos sabem quanto S. Ex.ª é afeiçoado e dedicado ao regime.
Apoiados.
Possui S. Ex.ª faculdades de trabalho admiráveis.
Três Ministros são de há muito meus companheiros de trabalho; um pela primeira vez toma assento nestas cadeiras; mas todos êles têm um só fim: bom servir a Pátria e a República.
O orador não reviu.
O Sr. Aires de Ornelas: — Sr. Presidente: eu não sei se ao Sr. Presidente do Ministério lhe interessa ou não a minha opinião a respeito do juízo político. Todavia, eu não tenho dúvida em declarar a S. Ex.ª que tenho há muito tempo a maior e a mais sincera admiração pelos dotes parlamentares e políticos de S. Ex.ª que tem a rara habilidade de saber diluir e afastar dificuldades. O Sr. António Maria da Silva bateu o record, o seu próprio record, pela sua rara coragem cujas provas acaba de dar.
S. Ex.ª hoje fez desaparecer a crise, pois nenhumas explicações deu dela. Nem ao de leve se referiu à questão do ensino religioso, limitando-se apenas a falar nas cartas que os Ministros lhe enviaram pedindo a demissão.
Eu não quero agravos, nem ódios, nem malquerenças, nem paixões políticas; mas nunca me palpitou que fôsse possível cumprir-se o que vinha na declaração ministerial.
Sr. Presidente: eu entendo que é ocasião de o Sr. Presidente do Ministério dizer alguma cousa sôbre a próxima apresentação das medidas de finanças que o país tanto reclama.
A questão da África do Sul certamente será desenvolvidamente tratada no Parlamento, principalmente nesta Câmara, onde se encontra o ilustre parlamentar e Alto Comissário de Moçambique.
Sr. Presidente: dizendo isto, eu não posso senão desejar que o Govêrno do Sr. António Maria da Silva possa desencravar o país da pavorosa situação financeira em que êle se debate, mas desde