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Sessão de 12 de Janeiro de 1923
Nada tenho que tirar ou pôr nas declarações daquele ilustre marechal, dos mais considerados, do meu partido.
O Govêrno pode contar com o mais fervoroso apoio dêste lado da Câmara, porque é um Govêrno republicano e está resolvido a governar republicanamente.
Sr. Presidente: como a minha alma se enche de júbilo!
Como o meu coração se regosija pelo facto de após tanto tempo, aparecer nesta Câmara um Govêrno disposto a governar republicanamente!
Há quantos anos o povo reclama um Govêrno que governe republicanamente!
Desde 5 de Outubro, em que com armas na mão, ao lado de V. Ex.ª, implantou a República.
Ah! Sr. Presidente, um Govêrno republicano, disposto a governar republicanamente, não pode deixar de merecer o nosso fervoroso apoio.
As palavras, portanto, que ouvi ao Sr. Almeida Ribeiro constituíram para mim uma maravilha.
E porquê?
Porque foram pronunciadas por alguém que tem toda a minha estima e veneração, e porque foram proferidas — estou certo disso — depois de S. Ex.ª estar habilitado, para falar assim, com o entendimento do chefe do Govêrno.
Um Govêrno saído dêste lado da Câmara jamais poderia deixar de ser verdadeiramente republicano, mas para que nenhumas dúvidas sôbre êsse ponto pudessem surgir, o ilustre leader democrático declarou que o Govêrno governará republicanamente.
Ainda bem!
Alguma vez havia de ser!
Sr. Presidente: não quero continuar nas minhas considerações, sem primeiro dirigir aos novos Ministros os meus mais sinceros o afectuosos cumprimentos.
Quero destacar de entre todos, para primeiro lugar, pela amizade pessoal e solidariedade política, o meu queridíssimo amigo João Camoesas.
Pertence S. Ex.ª, como eu pertenço, à esquerda democrática, tanto eu como êle temos aspirações ultra republicanas.
Se em determinada matéria estamos em desacôrdo, e não é a primeira vez que isso sucede, eu não posso deixar de reconhecer que o Sr. João Camoesas tem excepcional valor para desempenhar missões das mais altas categorias, pelo seu talento e conhecimentos vastíssimos, pois que, apesar de ser muito novo, não fica mal que fôsse ocupar a cadeira de Ministro.
Mas não há cousa que não tenha a sua compensação, e se S. Ex.ª é novo, entrando já para o Govêrno, o Sr. João Camoesas está disposto a seguir as suas tradições e a governar republicanamente.
Tendo cumprimentado nos termos mais calorosos e como me permite a minha mesquinha inteligência S. Ex.ª, também quero apresentar os meus cumprimentos ao meu correligionário o Sr. Vaz Guedes, que, sendo colocado na pasta do Comércio, mostra que o meu partido não tem dificuldades para preencher qualquer pasta, tendo bastantes individualidades onde escolha.
Ao Sr. Vaz Guedes talvez, porém, lhe falte um ou outro predicado para desempenhar essa alta missão de Ministro do Comércio, mas isso fica compensado com a sua honradez, patriotismo e qualidades de velho republicano, não se dando com S. Ex.ª o caso, e a verdade é essa, de Ministros que, apesar do seu patriotismo, vão tomar lugares para que não servem.
Outro novo Ministro, que desejo cumprimentar, não pertence ao meu partido, e é o Sr. Ministro do Trabalho. Pertencendo S. Ex.ª aos poucos Deputados independentes que têm lugar nesta Câmara, é de esperar que S. Ex.ª se desempenhe bem da sua missão, e não pode ser indiferente a ninguém os assuntos que correm por essa pasta.
Sr. Presidente: não tenho a honra de ter relações pessoais com o novo Ministro da Agricultura, mas para mim foi muita satisfação ver S. Ex.ª sobraçar a pasta da Agricultura, não só porque é um oficial de marinha muito distinto, mas porque tem passado a sua vida a prestar atenção aos assuntos agrícolas.
Feitos os cumprimentos, eu entro na parte propriamente política, para fazer a análise dos acontecimentos que se têm passado com êste Ministério, da presidência do Sr. António Maria da Silva, que eu folgo ver presente.
Ninguém ignora que S. Ex.ª é um velho republicano e um grande patriota, e possuindo um passado dedicado à Repú-