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Sessão de 12 de Março de 1923
Sr. Presidente: não tenho e sinto não ter o relêvo necessário nas palavras que profiro para levantar bem alto as virtudes, o carácter, o saber, o esfôrço de Basílio Teles, mas, felizmente, todas estas qualidades, todo o passado de Basílio Teles são suficientemente conhecidos para que não precisem de que eu os saliente.
Como muito bem acabou de dizer o Sr. Deputado que me precedeu no uso da palavra, as qualidades de Basílio Teles devem ser para todos nós um novo exemplo de amor, de fé pelas instituições republicanas, um vivo exemplo para nos esforçarmos para que o regime satisfaça as mais legítimas ambições de todos nós.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Álvaro de Castro: — Sr. Presidente: sentidamente, em nome do Partido Republicano Nacionalista, me associo à homenagem proposta por V. Ex.ª ao grande republicano e grande pensador Basílio Teles. De facto, Basílio Teles deixou um grande nome e uma grande obra.
O seu afastamento da actividade política já aqui foi explicado.
Estou convencido que de êsse afastamento foi devido ao elevado grau filosófico do seu espírito.
É justo o nosso preito à memória de tam grande cidadão.
Na sua obra e na honestidade da sua vida que foi duma austeridade a toda a prova, a todos deixa um exemplo.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Dinis da Fonseca: — Por tudo quanto ouvi dizer, aqui, aos diversos oradores que falaram, manifestando o seu preito de homenagem à memória de Basílio Teles, e pelo que conheci da sua vida, chego à conclusão de que êle foi um português que procurou sempre por meio do seu talento, e por meio da sua austeridade, servir a Pátria.
Tanto basta para que todos os portugueses, com a maior sinceridade, sem distinção de côres políticas, nem de credos religiosos, se associem à homenagem do Estado à sua memória. Por um acaso eu tenho neste momento, sôbre a minha carteira, um livro que aqui foi trazido por um companheiro meu, que traz umas palavras de Sócrates que bem podiam ser aplicadas ao homem a cuja memória prestamos esta homenagem.
Não sei, porque não tive ocasião de conhecer a última crise da sua vida, se realmente em face da desilusão e da decepção que deveria ter representado para êle o facto de não ter visto realizado inteiramente o ideal patriótico que sonhara e por que tanto combatera, se êle realmente chegou a realizar a esperança que acalentava; mas isso não me impede que eu, associando-me à proposta de V. Ex.ª conservando-me por dois minutos em profundo e respeitoso silêncio, em homenagem à memória de Basílio Teles, o faça em nome da crença que professo e que acredita num mundo melhor, e mais perfeito, onde os homens como Basílio Teles, que não conseguiram ver realizado neste mundo o seu ideal, encontrarão uma recompensa ao seu sacrifício.
De acôrdo com essa minha crença, que é a luz que guia e enche a minha vida inteira, eu conservar-me hei em silêncio respeitoso, fazendo o que essa crença me manda fazer, durante êsses dois minutos propostos por V. Ex.ª
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: em nome da minoria monárquica associo-me muito comovidamente ao voto de sentimento proposto por V. Ex.ª pela morte de Basílio Teles.
Citou V. Ex.ª os trabalhos do Basílio Teles para a preparação do movimento de 31 de Janeiro de 1891 e os trabalhos por êle empreendidos quando, de regresso à sua terra muito querida, pensou em organizar um novo movimento revolucionário, em 1897, e disse V. Ex.ª, depois de citar êstes factos, que seguramente não serão só os republicanos que sentirão a morte de Basílio Teles.
Disse V. Ex.ª muito bem.
Não podem ser só os republicanos, mas todos os portugueses, os que pranteiam a perda dum homem que era um valor em qualquer parte e que sabia lutar por aquilo que reputava ser mais útil para o bem da sua Pátria.
Lutou Basílio Teles contra a monarquia, porque julgou que na República encontrava o melhor regime para o País.