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Sessão de 20 de Março de 1923
co se poderá revoltar contra tal medida; mas eu a êsse respeito devo dizer que pouco me importa com os protestos do Banco.
Sr. Presidente: não quero fazer obstrucionismo à proposta, tam pouco pretendo impedir que pelo cansaço da Câmara se não faça a votação.
Sou dos que estão convencidos de que aprovada esta proposta só marcará o início da nossa derrocada financeira.
Chegámos ao momento de só procurar a todo o transe que o País caia no abismo, mas esta proposta trará resultados contrários a essa pretensão.
Diz-se que é necessário contrabalançar as causas que determinam a ruína do País, opondo uma tentativa de valorização à desvalorização da moeda, mas eu julgo que pela proposta em discussão se vai criar mais um factor, e dos maiores, para a desvalorização do nosso dinheiro.
Sr. Presidente: não quero dar a impressão de que pretendo monopolizar tempo, e por isso vou terminar, reservando-me para ouvir as razões do Sr. Ministro das Finanças e as do Sr. relator, quási que únicos defensores do empréstimo que se pretende obter.
A essas razões oporei as minhas, que jamais serão determinadas por quaisquer motivos de política de campanário.
Embora eu repute caso grave o dar-se nesta altura uma crise ministerial, devo confessar que preferia a queda do Govêrno à aprovação da proposta de empréstimo.
E que eu só tenho o desejo de evitar ao País mais uma causa de ruína e mais um motivo para que os nossos inimigos nos acusem de erros de administração.
São estas as razões determinantes da minha atitude.
Aos Srs. Ministros das Finanças e relator eu só peço que apresentem razões que possam convencer-me; as que tenho ouvido ainda não o conseguiram.
Expostas assim as razões por que não posso aprovar a proposta, eu vou acabar, declarando, desde já, que voltarei à carga para firmar, cada vez mais, as minhas razões.
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem.
O orador não reviu.
O Sr. Velhinho Correia: — Sr. Presidente: mobilizaram-se as melhores fôrças políticas de oposição para o ataque que tem sido feito à proposta de empréstimo. Na efectivação dêsse ataque tem ouvido a Câmara bons e grandes discursos.
Eu tenho pena de não possuir recursos oratórios, porque desejava encontram-me à altura dos oradores que me precederam.
Tenho, porém, por mim, como S. Ex.ª tem, o máximo desejo em acertar, em fazer obra de verdade.
Desde a primeira hora que me coloquei ao lado do Sr. Ministro das Finanças na defesa da generalidade desta proposta.
Fiz assim porque desde a primeira hora me convenci que os fins do Govêrno e de S. Ex.ª, trazendo esta proposta à Câmara, eram os mais levantados, eram os que melhor correspondiam às necessidades do País.
É certo que desde a primeira hora fui eu talvez o único Deputado que sem condições se pôs ao lado do Sr. Ministro, defendendo a generalidade da proposta. Mas já não fui o único a defendê-la na comissão de finanças, e a prova é que o respectivo parecer tem mais assinaturas, sem declarações, sem. restrições.
Tem assinaturas de colegas meus que subscreveram o parecer sem se declararem vencidos. Por isso não foi preciso mais do que esclarecer a proposta, isto é, vincular os intuitos.
Sr. Presidente: cabe-me a honra de responder ao ataque cerrado que pelo Sr. Barros Queiroz foi feito ao empréstimo que o Govêrno pretende realizar.
Ouvi S. Ex.ª com a máxima atenção, e confesso que me impressionaram os números que S. Ex.ª trouxe à discussão e que publicou num grande jornal da manhã.
Começarei a minha resposta por dizer que o Sr. Barros Queiroz deveria ter sido mais justo nas suas apreciações feitas à proposta.
Declarou S. Ex.ª que íamos criar uma dívida amortizável.
Não é exacto. Por consequência, S. Ex.ª foi levado a tirar conclusões que não são exactas.
A contextura da proposta não autorizava S. Ex.ª a fazer uma semelhante afirmação.