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Diário da Câmara dos Deputados
Se assim não fôsse, se eu nfto tivesse um grande desejo de ser útil ao meu País, eu não ocuparia êste lugar, que é o maior sacrifício que eu faço, e que só me traz como resultado os maiores desgostos e os maiores dissabores.
Preocupou-se muito o Sr. Cunha Leal com os grandes lucros que vão auferir os, particulares pelas vantagens que terão os tomadores.
A mim não me preocupa grandemente êsse receio, porque os tomadores só terão essas enormes vantagens se o Estado lhas quiser dar.
Não e asse o meu intuito, porque emquanto eu aqui estiver hei-de defender o mais possível, com toda a minha energia, os interêsses do Estado, e assim eu não tenho êsse receio.
Embora eu aqui não esteja, eu julgo que não devemos ter êsse receio, porque quem para aqui vier há-de certamente, talvez com mais energia do que eu, defender os interêsses do Estado.
Muitas vezes no calor da discussão se proferem frases, que embora não seja intuito de quem as pronuncia, elas podem na verdade magoar.
Se eu não soubesse que não era essa a intenção do Sr. Cunha Leal, eu podia efectivamente ter-me magoado quando S. Ex.ª afirmou que O Ministro fixava o câmbio de acôrdo com os especuladores.
Era preciso na verdade ter pouca consideração por quem desempenha o cargo de Ministro para julgar que pudesse haver alguém indicado por um partido da República que fôsse capaz de fazer-se com os especuladores para fixar o câmbio de mútuo acôrdo, naturalmente depois de medir o que resultasse de vantajoso da operação.
Uma outra afirmação fez o Sr. Cunha Leal, e essa fê-la não só em seu nome mas em nome do partido que representa, e é que abandonava todas as glórias que possivelmente pudessem resultar dessa operação, porque também não queria tomar parte da responsabilidade na aprovação desta proposta.
Porque eu estou procedendo na convicção profunda e absoluta de prestar um grande e alto serviço ao País, eu não tenho dúvidas em assumir todas as responsabilidades.
Apoiados da esquerda.
Eu não quero que os outros tomem parte nos desaires que porventura resultem da execução desta proposta, que outro fim não tem que não seja o de se caminhar para uma regeneração financeira; e essa regeneração, tal como eu a pretendo, não é disparatada. Não tem mesmo nada disso.
Para atingirmos essa regeneração só temos três caminhos.
Eu não vou fatigar a Câmara repetindo o que aqui já temos dito por vezes sôbre quais são êsses três caminhos.
Direi apenas que eu tinha de escolher no caminho que me fôsse ditado pela minha consciência e pela minha fraca inteligência.
Foi esto de que actualmente se ocupa a Câmara aquele que eu escolhi.
Disse S. Ex.ª que é contra o Estado especulador. Nesse ponto eu estou de acôrdo com S. Ex.ª Também sou contra o Estado especulador.
Efectivamente não é função do Estado andar a auferir lucros com a venda ou compra de moeda estrangeira, mas muitas vezes a acção do Estado pode exercer uma acção benéfica e deter desastres grandes, que podem trazer desastres tremendos para as finanças nacionais.
Algumas vezes assim tenho feito, e parece-me que também o Sr. Cunha Leal, quando geriu a pasta das Finanças assim procedeu quando viu de perto desastres grandes que podiam trazer a ruína a muita gente. Então S. Ex.ª interveio, não prejudicando os interêsse dos Estado, e trabalhando o mais possível para que êsse desastre se não efectivasse.
Uma das outras afirmações que fez S. Ex.ª está mais ou menos de acôrdo com o que disse o Sr. Barros Queiroz.
Efectivamente o aconselhou que se faça um empréstimo ao câmbio do dia, que o mesmo é que um empréstimo em ouro, e eu pergunto a S. Ex.ª quem é que, com juro de 9 ou mesmo 10 por cento, quando nesta proposta eu apenas apresenta um empréstimo sem garantias, emprestaria êsse dinheiro. Tenho aqui a lista dos empréstimos ultimamente feitos pelos Estados Unidos da América, quási todos realizados com garantias, Sr. Presidente, daquelas que não deixam dávidas de que o juro será pago e de que a amortização se fará, que há bens suficien-