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Sessão de 19 de Abril de 1923
sentou o seu modo de ver, o qual faz parte de uma organização que S. Ex.ª expôs.
Sr. Presidente: quando tive a honra de assumir a pasta da Guerra, eu tive o ensejo do fazer exarar na Declaração Ministerial que a questão militar estava subordinada a uma nova organização do exército que se encontrava em estudo nesta casa do Parlamento, apresentada pé]o meu antecessor.
Por consequência, a maior parte das considerações que S. Ex.ª apresentou, não as refutarei, nem as defenderei, pelo que lhe peço que me não leve a mal, visto elas dizerem mais particularmente respeito à nova organização do exército a que acabo de me referir.
Referiu-se também S. Ex.ª à administração do chamado, «saco azul»; porém, eu devo dizer a S. Ex.ª que essa questão do «saco azul» já não existe. No emtanto, devo observar-lhe, que mesmo que êle ainda existisse, dado o estado em que nos encontramos, isto é, com a carestia da vida, e em que no Orçamento está inscrita apenas a verba de 1$25 para a alimentação de cada praça, impossível será fazerem-se as despesas extraordinárias que S. Ex.ª citou.
Repito: com a carestia da vida em que o Orçamento apenas inscreve a verba de 1$25 para a alimentação de cada praça, confesso que essa verba nunca poderá dar margem para se fazerem todas as despesas a que S. Ex.ª se referiu.
Referiu-se ainda S. Ex.ª à redução do tempo, dizendo que isso poderá dar uma grande economia na alimentação.
Assim é; no emtanto, eu devo dizer que se bem que êsse tempo já tenha sido reduzido a sete semanas, eu tenho mantido o que está determinado, na nossa organização militar actual; isto é, tenho cumprido a lei.
Falou ainda S. Ex.ª no Parque Automóvel Militar, assunto êste que se encontra pendente na outra casa do Parlamento, no qual são tomadas medidas tendentes a resolver êste estado de cousas.
Está um projecto no Senado e outro na Câmara dos Deputados, e ou aguardo quê êsses dois projectos sejam discutidos e sôbre os quais já emiti o meu modo de ver.
S. Ex.ª também atacou a questão dos oficiais milicianos, e eu concordo com S. Ex.ª; mas direi que se êles estão no exército a culpa não foi do Ministro da Guerra, mas sim do Congresso da República que lá os meteu, e hoje lá estão legitimamente, conforme a lei.
Depois S. Ex.ª falou em estabelecimentos de ensino dependentes do Ministério da Guerra, e referiu-se ao Instituto dos Pupilos do Exército e à criação dum curso de engenheiros auxiliares, especializando grande número de pessoal docente. Eu como director dêsse instituto, devo dizer que se procurou igualar aos cursos dos institutos comerciais e industriais, e posso garantir que o número do pessoal é inferior nos Pupilos do Exército, instituto êste que honra a República.
V. Ex.ª também desejaria saber averba que se tinha despendido nas excursões realizadas pelo Colégio Militar e Pupilos do Exército.
Eu, devo dizer a V. Ex.ª que o dinheiro para essa excursão veio de espectáculos que êsses alunos realizaram, servindo também para o mutualismo e para instrução.
Quanto à admissão de alunos para a Escola de Guerra, eu não tenho admitido alunos; e se não há disposição taxativa que mande admitir os alunos do Colégio Militar, todavia sempre assim se tem feito, sendo admitido independentemente das vagas.
Esta proposta está plenamente justificada pelas circunstâncias derivadas dos casos que se têm produzido: a alteração do preço do pão, o aumento do preço de diversos géneros de alimentação e das forragens.
Hoje é impossível fornecer a alimentação pela verba de 1$55 por dia e por praça, como impossível é obter as forragens pelo preço que fôra calculado, de 3$50.
Actualmente as forragens custam o dôbro.
É pois impossível continuar-se sem o reforço do verba solicitada nesta proposta em discussão.
Relativamente às várias considerações feitas por S. Ex.ª a propósito da maneira como se encontram organizados alguns serviços do exército, devo dizer que muito folguei em o ouvir, pois como militar que sou, tenho sempre grande prazer em