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Sessão de 25 de Abril de 1923
ter intervindo na discussão dos orçamentos.
O Orador: — Eu já disse que achava legítima tal aspiração.
E assim nós teríamos lindas cousas: estradas várias, irrigação do Alentejo, caminhos de ferro electrificação de certas linhas, quedas de água, etc.
S. Ex.ªs apresentariam tudo isto na discussão do Orçamento, visto não terem facilidade de o fazerem em outra discussão.
O Sr. António Fonseca: — Se tivesse essa aspiração, tinha o direito de o fazer.
Julgo que V. Ex.ª não quere que não se faça a discussão do Orçamento.
O Orador: — Eu bem sei que não é impunemente que se provoca para adversário um parlamentar com o merecimento do ilustre Deputado Sr. António Fonseca mas, apesar disso, vou procurar responder ao àparte de S. Ex.ª
Eu não disse que as propostas do Sr. António Fonseca tinham por fim permitirão mesmo ilustre Deputado uma exposição aliás interessante como todas fui que são feitas por S. Ex.ª; o que afirmei foi que não era com o remédio que S. Ex.ª Queria dar que se conseguiria uma melhor discussão, uma discussão mais rápida do Orçamento.
O que disse a S. Ex.ª foi que, com os remédios que eu indicava me parecia conseguir-se melhor o fim que demonstrou ter em vista; e êsses remédios seriam em primeiro lugar, não serem presentes à discussão do Orçamento senão aduelas vercas que merecessem ser aumentadas ou deminuídas; e em segundo lugar os Srs. Deputados restringirem as suas considerações apenas às verbas orçamentais e não estarem a apresentar planos.
Êstes podem ser muito brilhantes, mas o que é verdade é que a discussão do Orçamento não pode servir de programa de concurso para quem queira ser Ministro.
O Sr. António Fonseca: — Mas que tem essa dissertação ou exposição dos meus planos com a aprovação das minhas propostas?
O Orador: — Eu já respondo a V. Ex.ª
O Sr. António Fonseca: — Então peço a V. Ex.ª que seja mais claro para ver se consigo perceber.
V. Ex.ª compreende que, se se não discutisse o orçamento do Ministério do Comércio, e eu pedisse que se fizesse essa discussão, tinha razão em dizer que eu queria fazer qualquer dissertação.
Agora afirmar V. Ex.ª que procuro fazer essa dissertação sem o número legal do Deputados presentes, e qtie isso me coloca em melhores condições de discutir o orçamento do Ministério do Comércio, não se compreende.
O Orador: — Sr. Presidente voltamos à mesma.
Eu não fiz a afirmação de que o Sr. António Fonseca apresentando as suas propostas pretendia ter maior facilidade em fazer a sua exposição.
Nesse ponto S. Ex.ª fica na mesmo situação em que estava com à votação das suas propostas.
Há mais: corre até o risco de fazer uma exposição brilhantíssima com muito menos pessoas à ouvi-lo.
O Sr. António Fonseca: — Então dá-me V. Ex.ª razão.
Eu ligo tanta importância, às minhas considerações que não me importo ser ouvido.
O Orador: — O que eu afirmei e vou repetir mais uma vez, para ver se o ilustre Deputado Sr. António Fonseca quere compreender, foi o seguinte: o mal não se remedeia fazendo uma discussão com $4 ou 37 Deputados na sala ou com muito menor número, o que há-de suceder fatalmente; êsse mal remedeia-se dêste monta: não trazendo à Câmara senão aquelas verbas Orçamentais que podem ser discutidas e alteradas.
E remedeia-se também se os Srs. Deputados guardarem toda a sua sciência para seu uso pessoal ou exibindo-a nas ocasiões próprias, não procurando fazer aqui uma exposição de conhecimentos a propósito do Orçamento.
Mais uma vez repito: as propostas do Sr. António da Fonseca não têm nada ver com o facto de S. Ex.ª a trazer ou trazer ideias muito bonitas mas fora das verbas orçamentais.