O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14
Diário da Câmara dos Deputados
V. Ex.ª, eu não tenho outro fim se não o de lhe facilitar p desempenho da sua espinhosa missão.
Na alteração do Regimento, ultimamente feita, creio que ficou assente que a. Mesa, logo que verifique a existência do número suficiente de Deputados para as votações, proceda à votação da matéria já discutida.
Compreende, portanto, V. Ex.ª que é legítima a pregunta que eu, em qualquer altura, possa fazer sôbre qual o número de Deputados que se encontram na sala, e se V. Ex.ª me responder, que o número é o do quorum, ou seja de 55 Srs. Deputados, eu posso requerer à Mesa que se faça a votação.
Nestas condições, eu pregunto a V. Ex.ª quantos Srs. Deputados estão na sala, e, caso haja número legal para se tomarem deliberações, se V. Ex.ª submete à votação os capítulos já discutidos.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — A maneira mais prática que eu tenho de responder às preguntas do Sr. Plínio Silva é proceder imediatamente às votações.
Vai proceder-se à contraprova das alterações ao artigo 2.º
Procedeu-se à contraprova.
O Sr. Presidente: — Não há número para se fazerem votações.
O Sr. Cunha Leal (para explicações): — Sr. Presidente: é velha usança de quem se respeita a si próprio e respeita os outros, e sentindo ser demais nalguma casa, sair dela.
Apoiados.
Bem ou mal por amor da República, pelo sincero desejo de extremar os campos e opiniões, e não para acoitar cadeiras de Ministro, que talvez ambicionem algumas das pessoas que têm determinados desejos — mas é um facto que nada interessa a quem, durante a sua vida pública, só tem querido afirmar princípios e convicções; para êsse fim eu marco a minha situação.
É certo que eu, tomando a iniciativa, afirmei e mandei para a Mesa uma declaração, dizendo que, à face da minha consciência, da qual ninguém, nesta hora, tem o direito de duvidar, eu considerava que, de facto, eram irritas e nulas as decisões tomadas pela Câmara, por serem contra as disposições regimentais.
Afirmei, citando os artigos do Regimento, e em virtude de a maioria se ter sobreposto, não com razões, mas com a fôrça numérica, àquilo que estava dentro do Regimento, que considerava irritas e nulas, as deliberações tomadas.
As atitudes que se seguiram foram conseqüência desta atitude.
Nos seus termos foram, porventura, feridos os meus sentimentos mais íntimos e profundos. Mas eu não sei mudar das minhas atitudes.
Eu entendo que, a partir da hora em que eu firmei uma atitude, só tinha uma outra, que era a de impedir que o Parlamento funcionasse tumultuàriamente, porque nós, os nacionalistas, desejávamos discutir uma proposta que supúnhamos ruïnosa para os interêsses da Nação.
Procedendo assim, nós não éramos menos amantes da nossa terra e desta República que servimos, pelo amor da qual tivemos conflitos do família e sofremos amarguras, sem, todavia, a termos explorado no anu amor com o amor pela monarquia.
Nestas condições, ou entendo que o meu procedimento derivava de responsabilidades tomadas por mim e mo obrigava a tomar outra atitude, e que nestes termos eu só tinha uma cousa a fazer, em holocausto à República, pelo amor que lhe tenho, porque não tenho recordações da monarquia. Assim se querem praticar uma violência, eu, que sou aqui de mais, que sou parasita dentro do Parlamento, renuncio ao meu lugar de Deputado.
Mas o meu acto de renúncia não é como aqueles que nós estamos acostumados a ver: postos de parte desde que sejam acompanhados de vários pedidos para que se desista dêles.
Não, o meu não é dêsses, porque reconheço que sou aqui de mais.
Bom republicano não sou, porque não tive a aprovação do congresso do Partido Republicano Português. Sou enxovalhado em jornais republicanos, e eu, que tenho filhos, mulher, e pai e embora êste seja paralítico, tive que guardar êsses jornais na minha algibeira para que êles os não lessem e se não envergonhassem de um