O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16
Diário dá Câmara doe Deputados
vão discutir, visto que se referem à proposta de empréstimo, que é assunto, de grande importância.
Nesta ordem de ideas, desejamos apenas uma pequena modificação no requerimento que se vai votar. Pretendemos que essas emendas só entrem em discussão na sessão de amanhã, para assim haver algum tempo para delas tomarmos conhecimento e assim as podermos discutir convenientemente.
Não sabemos discutir e votar qualquer assunto sem o conhecermos.
O orador não reviu.
O Sr. Velhinho Correia (para explicações): — Como já disse, trata-se apenas de emendas de redacção. Não se trata de matéria nova; mas para que não se diga que há o propósito de tornar menos pública a discussão, declaro em nome dá comissão que não tenho dúvida em modificar o requerimento que fiz, no sentido de a discussão só se fazer na sessão ue amanhã, conforme os desejos da minoria monárquica.
O orador não reviu.
Pôsto à votação o requerimento, foi o mesmo aprovado.
ORDEM DO DIA
O Sr. Presidente: — Continua em discussão o orçamento do Ministério do Comércio.
Vão ler-se a proposta sôbre estradas que foi enviada para a Mesa, assinada pelos Srs. Ministros do Comércio e das Finanças, e o respectivo parecer da comissão de finanças.
Foram lidos na Mesa.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Ocupa-se o capítulo 4.º do orçamento do Ministério do Comércio, nos seus artigos 31.º a 36.º, das verbas necessárias para a conservação, reparação construção e polícia das estradas do País.
E pois o capítulo mais importante dês-te orçamento; e eu sinto que o rigor inexplicável do Regimento não me permita fazer sôbre êle as considerações que eu entendo serem necessárias acêrca da sua matéria.
Sr. Presidente: é escusado encarecer a importância do problema das estradas.
Já ouvi o Chefe do Govêrno chamar-lhe, aqui, o principal veículo do nosso desenvolvimento económico.
Não é bem assim, porque infelizmente, ainda não chegámos à perfeição de termos estradas móveis.
Mas, em todo o caso, do que não há dúvida é de que sem estradas transitáveis não será possível que o comércio, a indústria e a agricultura tenham desenvolvimento apreciável. Sem estradas transitáveis não é possível o deslocamento dos géneros necessários à vida e à permuta de relações entre as diversas povoações.
Apoiados.
E a êste respeito podemos afoitamente afirmar que, se não sempre, pelo menos em determinados períodos do ano algumas povoações do País estão inteiramente, isoladas!
E ainda preciso notar a alta influência que tem o problema das estradas na questão da carestia da vida.
Apoiados.
Não havendo facilidades em vias de comunicação, dificilmente se faz a permuta de géneros entre os diversos pontos, do País; e, assim, numas povoações há abundância de determinados produtos que em outras faltam, sem que para estas possam ir e sem que aquelas possam receber destas o que por seu turno lhes falte. Daqui resulta necessàriamente o agravamento da vida.
Há ainda outra circunstância que grandemente influi pelo que respeita à viação, no problema do custo dá vida: é o preço dos fretes.
Êstes são mais caros devido às más condições das estradas, já porque o mau estado delas deprecia muito os meios de transporte, já porque êstes não podem conduzir cargas completas.
Pelo que respeita ao turismo, eu não sei se realmente nós devemos fazer lá fora uma larga propaganda do nosso País, emquanto estivermos sujeitos a patentear aos estrangeiros tam vergonhoso espectáculo e que nem sequer merece, confronto com o que se passa em Marrocos, porque hoje, ali, pelo menos no protectorado francos, se estão construindo magnificas estradas com 16 metros de largura e obedecendo às condições modernas da viação.