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Diário da Câmara dos Deputados
pelos meios burocráticos. Deu-se a obrigatoriedade a uma comissão dê técnicos para apresentar uma proposta de estradas, proposta que só apareceu depois de quatro anos, em condições de não se sabor a que classificação pertenciam certas estradas.
Não sei, porém, como essa proposta, tendo sido apresentada ao Parlamento, desapareceu daqui, para voltar, em 1917, para o Ministério do Comércio.
Sr. Presidente: êste assunto não pode tratar-se de ânimo leve e precisa de ser resolvido ràpidamente.
O que se tem passado a êste respeito é verdadeiramente inadmissível.
Uma vez um Deputado da maioria chamou aqui a atenção do Sr. Ministro do Comércio para o estado lamentável em que se encontravam as estradas no seu distrito, é logo no dia seguinte o administrador geral das estradas preguntava ao seu agente quem era aquele melro que no Parlamento tinha estado ti atacar o problema das estradas. Naturalmente fazia esta pregunta para ficar com o Deputado de reserva, a fim de poder tirar dele a revanche.
Sr. Presidente: o assunto é vasto e daria para larga discussão.
Jau também tenho, como toda a gente, um plano para a resolução do problema das estradas, é também poderia, sem ser um técnico, combater a orientação técnica que em Portugal existe a respeito dêste assunto das estradas.
Eu ouvi falar o Sr. engenheiro Aníbal Lúcio de Azevedo em cilindros, mas esqueceu-se de dizer quanto deve ser a caixa.
Nós estamos a empregar pesos muito inferiores às cargas que as estradas tem de suportar. Portanto, é necessário proceder a um trabalho técnico que estabeleça um plano de trabalho.
Há nina cousa que se deve ter em vista, que são os partidos volantes em cada um distrito, que devem ter os seus cilindros mecânicos o outros maquinismos modernos.
Porque não se faz o estudo das medicações das pontes de alvenaria em pontes de cimento armado, porque no pais temos fábricas que podem produzir todo estie material? Há, portanto, á necessidade dum plano, e até lá não podemos produzir nada dê útil.
Devemos fazer a selecção dós técnicos, sem nos importarmos com â sua antiguidade, mas sim com o seu valor.
Não quero cansar a Câmara.
Referiu o Sr. Lúcio de Azevedo um facto interessante: está reünido em Sevilha um congresso de estradas. Alguns dos nossos técnicos vão lá, dois suponho, o pelos quais tenho muita consideração. Devem trazer de lá ensinamentos.
O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Queiroz Vaz Guedes): — O Sr. engenheiro Cabral, por exemplo, é muito competente.
O Orador: — Já prestei homenagem a êsses homens.
Na minha opinião, se fôsse Ministro do Comércio, havia um homem que eu punha à frente das estradas. Era êsse.
O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Queiroz Vaz Guedes): — Não é tanto assim. Não tem ainda a idade.
O Orador: — V. Ex.ª fala na idade. Eu falo da competência e boa vontade de trabalhar. A dentro de todos os distritos, como o de Santarém, se houvesse homens assim, teríamos muito cousa.
Conheci o assunto em 1913, em que estive no Ministério do Comércio durante oito dias para fazer as tabelas. Estavam lá técnicos.
Era difícil dizer quais os quilómetros de estradas a construir.
O problema das estradas é tam importante que sucede isto: ser o problema das estradas o problema essencial para o aumento da produção agrícola.
Um problema desta magnitude não pode ser apreciado assim; tem de ser estudado no tempo necessário para apreciar um tal assunto. Não temos base financeira e técnica, sem desprimor para o Sr. António Fonseca, a quem a Câmara reconhece a boa vontade, não representando a minha moção nenhuma intenção senão a de dar a êste assunto o interêsse que na hora actual êle reclama, como problema vital do orçamento do Ministério do Comércio.