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Sessão de 14 de Maio de 1923
elementar senso moral e até um comesinho censo político deveriam impedir.
O referido Diário do Govêrno é o registo flagrante dêsse Govêrno de tragédia...
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — V. Ex.ª está enganado. V. Ex.ª certamente não se quere referir ao Diário do Govêrno da Junta Governativa do Pôrto; mas sim aos trinta suplementos do Diário do Govêrno de 10 de Maio de 1919.
O Orador: — V. Ex.ª é que está enganado; eu não me refiro a êsses suplementos do Diário do Govêrno de 10 de Maio de 1919, que são, no emtanto, a consequência de todos os desvarios que se praticaram neste país durante um ano, isto é, durante o dezembrismo. Refiro-me justamente ao Diário do Govêrno da Junta Governativa do Pôrto que atesta a prometida ordem...de Varsóvia, como é hábito dizer-se aludindo à agitada vida política dessa infeliz Polónia, novamente renascida para a Associação Internacional dos Estados.
Aqueles trinta suplementos foram o rescaldo do incêndio pavoroso que dezembristas e aliados monárquicos acenderam na nossa terra.
Termino, Sr. Presidente, como o Sr. Carvalho da Silva finalizou, isto é, saudando a armada e o exército que implantaram a República, saudando o exército e a armada que tam bem têm sabido defender a nossa Pátria e nessa data gloriosa mais ama vez asseguraram a vida constitucional da República.
Saúdo mais, V. Ex.ª, Sr. Presidente, e o Sr. almirante Leote do Rêgo, saúdo o nosso colega nesta Câmara, o decidido oficial da armada Agatão Lança, como representantes dos valorosos combatentes do 14 de Maio e curvo-me respeitoso perante as memórias de quantos portugueses tombaram nesse dia, recordando a figura grande do major Afonso Pala, que no Sul de Angola recebeu a boa nova desta reabilitação patriótica.
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem.
O Sr. Lino Neto: — Sr. Presidente: a proposta enviada para a Mesa pelo ilustre Deputado Sr. Almeida Ribeiro tem duas partos, uma a que se refere à saudação àqueles que entraram no 14 de Maio e a outra a que se refere à homenagem prestada a todos aqueles que morreram nesse movimento.
Sr. Presidente: quanto à primeira parte a minoria católica não a pode acompanhar, visto tratar-se de um movimento revolucionário de carácter político.
A minoria católica, Sr. Presidente, não acompanha nem apoia revoluções, motivo por que não pode acompanhar a proposta nessa parte.
Quanto à segunda parte, isto é a homenagem que se pretende prestar a todos aqueles que morreram nesse movimento, estamos absolutamente ao lado do Sr. Almeida Ribeiro, associando-nos por isso do fundo do coração ao preito rendido a todos êsses que morreram pela Pátria Portuguesa. Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva): — Sr. Presidente: pedi a palavra para me associar em nome do Govêrno à proposta enviada para a Mesa pelo ilustre Deputado Sr. Almeida Ribeiro, tanto mais quanto é certo que se trata de um movimento que teve por fim restabelecer a ordem.
Tenho, Sr. Presidente, responsabilidades directas nesse movimento, o qual teve por fim o restabelecimento da ordem.
Não foi, Sr. Presidente, um movimento de republicanos contra republicanos, mas sim um movimento que teve por fim principal restabelecer a ordem neste país.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: peço a V. Ex.ª o obséquio de consultar a Câmara sôbre se permite que a proposta enviada para a Mesa pelo Sr. Almeida Ribeiro seja dividida em duas partes; isto é, uma parte relativa à saudação aos revolucionários, e a outra a que se refere à consagração aos mortos.
O Sr. Presidente: — Os Srs. Deputados que aprovam o requerimento do Sr. Cancela de Abreu queiram levantar-se.
Está rejeitado.