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Sessão de 17 de Maio de 1923
O Sr. Presidente: — Em vista da manifestação da Câmara, pode V. Ex.ª continuar no uso da palavra.
O Orador: — Agradeço à Câmara a gentileza que acaba de dispensar-me.
Sr. Presidente: êstes dois países — Portugal e Espanha — são iluminados pelo mesmo sol, ambos têm belas tradições, ambos gostam de touradas, embora duma maneira diferente, e por isso é indispensável que um ao outro se estimem, respeitando mutuamente a sua independência.
Ao Sr. Ministro da Instrução eu apresento os meus cumprimentos pelo apoio moral e material que deu à embaixada, e faço votos para que S. Ex.ª, sempre que tiver ensejo, outras embaixadas patrocine, não só a Espanha, mas a outros países amigos, sobretudo àqueles que são filhos da fecunda mãe latina.
Assim, nós melhoraremos dia a dia as nossas relações espirituais com êsses países, ao mesmo tempo que poderemos melhorar também as nossas relações económicas, e contribuiremos para que a paz se faça no mundo, essa paz que todos desejam, mas que ainda está longe de ser uma realidade.
Sr. Presidente: ontem, nesta casa do Parlamento, prometi não tratar de assuntos internacionais emquanto o Sr. Domingos Pereira fôr Ministro dos Negócios Estrangeiros. Se hoje, porém, vim ocupar-me dêste caso, que pode ser também considerado de internacional, foi porque êle diz respeito antes a uma freguesia em que é prior o meu prezado amigo Sr. João Camoesas.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Ministro da Instrução Pública (João Camoesas): — Sr. Presidente: agradeço ao ilustre Deputado Sr. Leote do Rêgo os cumprimentos que me endereçou.
S. Ex.ª teve razão nas suas afirmações, e a portaria que tive a honra de fazer inserir no Diário do Govêrno é simplesmente um acto do inteira justiça.
O Orfeão Académico de Coimbra e as outras representações que o acompanharam, afirmaram, na sua excursão ao país vizinho, uma unidade patriótica, um espírito de civismo e uma cultura de tal ordem que pode mesmo dizer-se que essa excursão resultou da maior utilidade para Portugal.
Agradeço portanto ao meu prezado amigo e ilustre Deputado Sr. Leote do Rêgo, os seus amáveis cumprimentos e asseguro a S. Ex.ª e à Câmara que sempre que me fôr possível continuarei a auxiliar todos os trabalhos da natureza daqueles que realizou o Orfeão Académico de Coimbra, porque me parece que dessa forma sirvo bem o país e a República.
Tenho dito.
O orador não reviu.
Foi aprovado, por unanimidade, o voto proposto pelo Sr. Leote do Pego, de congratulação pela atitude do Orfeão Académico de Coimbra na sua excursão a Madrid.
O Sr. Presidente: — Tendo falecido o antigo Deputado Sr. Visconde de Coruche, proponho que na acta seja lançado um voto de sentimento, comunicando-se à família do extinto esta resolução.
O Sr. Morais de Carvalho: — Sr. Presidente: associo-me, em nome dêste lado da Câmara, ao voto de sentimento que V. Ex.ª acaba de propor.
O Sr. Visconde de Coruche, antigo Deputado, não foi uma figura banal na sociedade portuguesa.
Fidalgo, homem duma educação esmeradissima, espírito culto e aberto a todos, os progressos, o seu nome há-de ser de futuro lembrado, como o nome duma pessoa que neste país, que é essencialmente agrícola, se dedicou profundamente a êsse ramo da sciência experimental.
O Sr. Visconde de Coruche era proprietário duma quinta no Ribatejo, que pode ser considerada como um verdadeiro modelo para todos os agricultores.
Associo-me pois, em nome dêste lado da Câmara, ao voto de sentimento por V. Ex.ª * proposto.
O Sr. Almeida Ribeiro: — Sr. Presidente: em nome dêste lado da Câmara, associo-me à proposta de V. Ex.ª
O Sr. Lino Neto: — Sr. Presidente: por parte da minoria católica, associo-me ao voto de sentimento proposto por V. Ex.ª