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Diário da Câmara dos Deputados
Nós não temos, Sr. Presidente, nesta altura, nenhuns documentos de despesa que se possam aprovar.
Não temos na [...] Sr. Presidente, elementos do defesa da costa, pois temos apenas alguns submarinos de pôrto, que não chegam a ser submarinos de costa, pois a verdade é que apenas servem para defender o pôrto, visto que. para a defesa da costa a sua tonelagam tem de ser muito superior.
Os submarinos que temos, Sr. Presidente, apenas servem, repito, para a defesa dos pôrtos, devido à sua tonelagem; e tanto assim que os oficiais sabem bem que se se afastarem do pôrto estão arriscados a matar-se.
E claro que dentro dêsses navios há oficiais e há praças capazes de defender as nossas costas; mas o material de que dispõem não lhes permite êsse sacrifício.
Temos ainda a nossa aviação marítima, que é talvez o melhor dos serviços da nossa marinha de guerra.
Está a atestá-lo a gloriosa festa dêsses dois aviadores que todo o País coroou de glória, mas o material que está não chega senão para amostra daquilo que nós precisamos.
E lógico e justo que sôbre estas duas armas recaia a atenção do Govêrno e dó Parlamento.
O Sr. Presidente: — V. Ex.ª tem apenas cinco minutos para concluir as suas considerações.
O Orador: — Eu resumo ràpidamente as minhas considerações.
O que julgo indispensável não é ir ao orçamento da marinha escabichar dez ou cem contos da escola de pesca, mas tratar a sério da organização da nossa defesa.
A escola de pesca, como erradamente é entre nós chamada, precisa de uma grande iniciativa para estar ao nível do grande serviço económico que ao País pode prestar.
Os nossos barcos de pesca são providos de dois técnicos, um de navegação e outro de pesca.
Bem podia dispensar-se, se a escola de pesca estivesse, como em todo o mundo, à altura da sua missão.
Há ainda um outro problema que é importantíssimo: é o dos arsenais que ainda não foi pôsto nesta casa do Parlamento. Neste ponto eu terei a honra de apresentar uma proposta tendente a solucioná-lo.
A nossa situação financeira, que, graças a êste Govêrno, já não é tam grave, permite que o Tesouro olhe um pouco com atenção para a nossa marinha de guerra que necessita ser dotada convenientemente para poder desempenhar o seu alto cargo.
O discurso será publicado na íntegra quando o orador haja restituído as notas taquigráficas.
O Sr. Lúcio de Azevedo: — Sr. Presidente: simples paisano, desconhecedor dos assuntos de marinha, em todo o caso como português e como republicano, admirando a folha brilhante dos seus serviços prestados à Pátria através da nossa História e principalmente o grande íeito praticado nos nossos tempos por aquele que foi um ilustre membro desta Câmara o saudoso Carvalho Araújo, o ainda o feito praticado por êsses dois grandes vultos da marinha portuguesa, Gago Coutinho e Sacadura Cabral, não posso por forma alguma, nas apreciações que vou fazer, produzir qualquer palavra que represente intenção de melindrar a ilustre corporação da armada tam bem representada nesta casa do Parlamento pelos ilustres e brilhantes oficiais que já tiveram ocasião de entre na discussão do orçamento do Ministério da Marinha.
Tenho muita consideração pelo Sr. Ministro da Marinha, velho e autêntico republicano, pelo ilustre parlamentar Sr. Jaime de Sousa, que tendo acabado de apreciar o orçamento apresentou uma moção de ordem com a qual estou inteiramente de acôrdo, e ainda pelo Sr. Agatão Lança, que é um novo, mas que pela sua folha de serviços prestados à Pátria e à República, se verifica que, além de t ser um republicano, foi um herói.
Sr. Presidente: como já disse, estou inteiramente do acôrdo com, as considerações produzidas pelo Sr. Jaime de Sousa; devo contudo acrescentar que sou um daqueles que preconizam urna política do economias, severas, porque só assim poderemos entrar no caminho de equilíbrio económico e financeiro.