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Diário da Câmara doe Deputados
ção do Rio de Janeiro, foi necessário reduzir fortemente as guarnições dos destroyers e canhoneiras, porque não havia pessoal para completar os quadros. Quere dizer, se êsses navios a que S. Ex.ª se referiu estivessem armados, era impossível completar as respectivas guarnições.
Devo lembrar ainda a S. Ex.ª que alguns dos navios que estilo prontos para sair para qualquer comissão do serviço têm a bordo apenas 31 homens, quando devem ter 90, do que resulta êles trabalharem 16 horas em vez de 8, para poderem fazer o serviço.
Neste momento, em virtude de várias greves algumas centenas de marinheiros estão fazendo serviço que êsses indivíduos não fazem.
O Orador: — Agradece muito as explicações que o Sr. Agatão Lança me acaba de dar, mas elas não conseguiram convencer-mo.
O nua disse foi que se se tivesse cumprido as indicações das comissões técnicas, de há muito êsses navios estariam desmanchados, sendo portanto desnecessárias as guarnições.
O Sr. Agatão Lança: — E o que fazia V. Ex.ª êsse material?
O Orador: — Desmanchava os navios.
O Sr. Agatão Lança: — Mas era necessário pessoal para guardar êsse material.
Trava-se diálogo entre o orador e o Sr. Agatão Lança.
O Orador: — Sei tudo isso, mas também sei que com o Almirante Reis se gastou imenso dinheiro, para depois o considerarem incapaz; sei que com a canhoneira Açores se despendeu uma verba importante para reparações, para depois se dizer que o cavername não merecia conserto. Como o ilustre Deputado vê, eu sei tudo isso.
O Sr. Agatao Lança: — Se não fôsse a revolução dezembrista o Almirante Reis podia ser hoje um belíssimo barco da nossa marinha de guerra.
O Orador: — A revolução dezembrista já foi há bastante tempo, e eu sei que de então para cá se fizeram custosas reparações a várias unidades, para tempos depois as considerarem desnecessárias.
Eu desejaria ver, porque sou patriota e. porque sou republicano, a marinha portuguesa dotada de tudo quanto ela precisa; mas infelizmente nem tudo quanto com ela se tem gasto tem sido preciso.
Quanto à desigualdade de promoções entre os oficiais do exército e da armada, devo dizer que essa desigualdade vem já de há muito e até entre os oficiais das diversas armas do exército.
Sr. Presidente: eu encontro neste orçamento várias verbas para que não encontro explicação.
O Sr. Presidente: — Devo prevenir V. Ex.ª que tem apenas quatro minutos para concluir as suas considerações.
O Orador: — Eu vou, Sr. Presidente, resumir as minhas considerações de forma a poder concluí-las nos quatro minutos que me restam.
Pelo que diz respeito ao artigo 10.º, ou, Sr. Presidente, devo dizer em abono da verdade que sou de opinião que tanto a Escola Naval como a Escola de Guerra já deviam estar encerradas e conservarem-se assim até se apresentar um plano dê reorganização militar.
Quanto ao artigo 17.º, eu, Sr. Presidente, o que desejaria era ver eliminada esta disposição; pois, na verdade, não compreendo que reformados estejam a prestar serviços em comissões, o que não faz sentido.
Tudo isto, Sr. Presidente, é deveras para lamentar; eu a êste respeito devo lembrar à Câmara a entrevista que vem publicada no Diário de Noticias e feita por um oficial de Marinha, o Sr. Leote do Rêgo, que deve merecer o nosso respeito o consideração, pois sabemos bem os esfôrços que S. Ex.ª empregou durante a guerra para a defesa do nosso pôrto.
O meu desejo, Sr. Presidente, é que o Sr. Ministro da Marinha estude a forma de levar a efeito um empréstimo destinado a melhorar o nosso serviço naval.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra, quando o orador haja devolvido as notas taquigráficas.