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Sessão de 22 de Maio de 1923
ao saber que foi infame e cobardemente agredido!
Sinto, como nunca, não me encontrar nessa ocasião ao lado do meu querido amigo e correligionário, e não ter podido ser eu o primeiro a manifestar aqui a maior repulsa pelo vil atentado.
Um dever imperioso nos afastou hoje da sua companhia.
Em nome dos meus amigos nesta Câmara, o no meu. lavro o mais veemente protesto contra a infâmia cometida, e que feriu não só um amigo muito querido e um parlamentar distintíssimo, mas também a própria Câmara.
Não posso, porém, deixar de me regozijar com a atitude assumida pela Câmara, fazendo a justiça devida ao meu ilustre amigo, um homem que pela sua atitude, sempre correcta, e pelas suas distintas qualidades, se tem tornado merecedor do respeito do todos.
Não pude assistir ontem à sessão da Câmara. Soube pelos jornais o que se passou mas por êste processo atenta-se contra o prestígio das instituições.
O Sr. Pires Monteiro: — Associo-me, em nome dos Deputados independentes, ao voto por V. Ex.ª proposto contra o atentado ao Sr. Carvalho da Silva. Faço-o como republicano, acentuando a minha repulsa por facto tam lastimável.
Não podemos deixar de exprimir todo o nosso sentimento de indignação por um acontecimento que absolutamente nada justifica que se tivesse dado.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva): — Sr. Presidente: embora chefe do Govêrno, não posso esquecer que sou parlamentar. Por isso me associo ao voto que V. Ex.ª propôs ficasse consignado na acta de reprovação de toda a Câmara contra o acto. praticado por um oficial na pessoa do Sr. Carvalho da Silva.
Várias vezes nos temos degladiado na Câmara, mas também sempre S. Ex.ª, como qualquer outro Deputado, nunca se esqueceu do prestígio de que deve ser rodeada a instituição parlamentar, e os seus homens, que devem ser rodeados de todos
os títulos e liberdade necessários para bem exercerem o seu mandato.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: não tinha tenção do tratar na Câmara do facto passado comigo. No emtanto, a prova de deferência que a Câmara acaba de dar-me, e com que muito me honra, a prova de solidariedade e de estima que se dignaram dar-mo, presta-me o ensejo a manifestar a minha muito sincera consideração pessoal, que nada, absolutamente nada tem com os meus sentimentos políticos.
Muito do coração agradeço a V. Ex.ª e a todos os meus ilustres colegas a prova do solidariedade que acabam de dar-me, o abstendo-me do quaisquer considerações, direi apenas que desejo irisar que nunca, ao abrigo das imunidades parlamentares, nem das garantias que me dá esta situação, nunca, absolutamente nunca, tive aqui uma palavra que pudesse ferir alguém pessoalmente, porquanto nos meus mais ardentes, adversários há pessoas por quem. tenho a maior consideração e a que me liga a maior estima (Apoiados), que de hoje por diante ainda maior tem de ser.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando nestes termos restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Presidente: — Em vista da manifestação da Câmara considero aprovada por unanimidade a minha proposta.
Tem a palavra o Sr. Ministro do Comércio.
O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Queiroz Vaz Guedes): — Pedi a palavra para dizer à Câmara que recebi do Rio de Janeiro um telegrama em virtude do qual se comunica o êxito que teve a inauguração do pavilhão das indústrias portuguesas na exposição brasileira.
Em virtude dêste telegrama, proponho um voto de saudação ao Embaixador e ao engenheiro Sr. Ricardo Severo pelo êxito brilhante da inauguração do nosso pavilhão e que lhes seja transmitido êsse voto.
Aprovado.