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Diário da Câmara dos Deputados
em que se sustasse a discussão do assunto em que aquele senhor deveria falar e que aliás muito importava discutir, simplesmente para que o Partido Nacionalista não pudesse dizer que tínhamos tomado uma atitude que podia ser considerada como desprimorosa para êle. Quem assim tem procedido tinha o direito de ser respeitado. (Apoiados). Infelizmente nesta moção esqueceram-se os mais elementares deveres de cortesia.
Nunca aqui se votou qualquer orçamento, sem que houvesse número legal para votar.
Apoiados.
É quási inconcebível que um partido ouse lançar a uma Câmara inteira semelhante insinuação, qual seja a de que procurámos afastá-lo desta sala para que não fiscalizasse os nossos actos, quando se tratava de defender altos interêsses do País.
O Sr. Carlos Pereira: — Devo dizer que a comissão de comércio e indústria resolveu não trazer à discussão o problema da frota marítima emquanto não compareçam os Srs. Deputados nacionalistas.
Quanto à questão do funcionalismo devo lembrar que o Partido Nacionalista não consentiu que o Sr. Viriato da Fonseca continuasse colaborando na respectiva comissão.
O Sr. João Luís Ricardo: — Mas é conhecido de todos que S. Ex.ª colaborou particularmente nessa discussão.
O Orador: — Mas uma tal insinuação não atinge apenas o Partido Democrático; ela atinge toda a Câmara. Envolve para as oposições que aqui se encontram a suspeita de que ou são ineptos ou cúmplices.
Pelo que toca ao partido a que pertenço, devo afirmar que para a defesa dos altos interêsses do Pais estamos sempre de acôrdo com todos que connosco queiram colaborar lealmente. Não recebemos lições de honestidade de quem quer que seja. (Apoiados). Lastimo que um partido republicano, esquecendo-se talvez dos seus deveres, queira nesta hora agitada trazer para a tela da discussão, entre insinuações, assuntos que devem estar muito longe daqui.
Não é assim que se discute; não honra ninguém fazerem-se afirmações desta natureza.
Por mim e pelo partido que aqui represento, quero repelir essa afronta e quero dizer a V. Ex.ª que se os Srs. Deputados nacionalistas aqui não se encontram é tam somente por sua culpa. Mais do que uma vez temos afirmado que desejamos á sua colaboração. Nunca proferimos uma palavra que significasse agravo para S. Ex.ªs, mas também não queremos que ninguém suponha que somos capazes de abdicar dos nossos direitos, da nossa própria dignidade, em benefício da dignidade alheia. Entendo, e entende o partido a que pertenço, que os nacionalistas podem voltar a esta Câmara honradamente, podendo fazê-lo sem exigir para isso que o Partido Republicano Português se humilhe. Não é próprio de contendores dignos que se procurem humilhar um ao outro. Estranhámos que êsse partido assim proceda.
Sr. Presidente: pouco mais quero acrescentar; ainda mesmo nesta hora em que nos sentimos agravados, profundamente agravados pelas afirmações que se contêm dentro daquela moção, ainda mesmo nesta hora, não queremos fazer qualquer afirmação que possa parecer desdouro ou desprimor para com aquele partido, queremos apenas recordar que se o contrato dos tabacos não tem tido uma discussão mais intensa isso se deve à consideração do Sr. Ministro das Finanças para com êste lado da Câmara e para com o Partido Nacionalista.
Impedir que sigamos o nosso Caminho não é fácil. Atirar-nos com lama? Pode muito bem acontecer que quem assim proceda fique salpicado com essa própria lama.
Repelimos as insinuações que nos são dirigidas e afirmamos mais uma vez o propósito em que estamos de a bem liquidar êsse incidente, para o qual em nada contribuímos.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Joaquim Ribeiro: — Sr. Presidente: desde a primeira hora lamentei que a Partido Nacionalista tivesse tomado a resolução dê abandonar esta Câmara, e lamento tanto mais sinceramente quanto é certo que junto de todos êles,