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Diário da Câmara dos Deputados
Há um outro alvitre que seria eficaz se porventura as circunstâncias políticas fossem diversas, que é o da selecção por meio de provas de saber, mas tenho muitos receios de que os seleccionadores sejam aqueles que devem ser seleccionados.
Só há uma maneira eficaz de reduzir os quadros: são os exercícios militares.
Dêem V. Ex.ªs que fazer ao exercito, e V. Ex.ªs verão fazer-se automàticamente a selecção; mas para isso é necessário gastar dinheiro.
Já sabem V. Ex.ªs a que me quero referir: às escolas de repetição.
A razão da grande campanha que em tempo se fez contra as escolas de repetição, é que essas escolas seleccionavam, faziam baixar à junta e faziam com que se reformasse quem não estava em condições de prestar serviço.
O que se fez em Tancos, como preparação para a guerra, não foi senão escolas de repetição, e foi por isso que o nosso Corpo Expedicionário Português se portou da maneira como se portou, apesar de todos os defeitos que teve.
Êste é o único meio de seleccionar os quadros, já em quantidade, já em qualidade.
Outro meio que também deve levar à redução dos quadros, é o cumprimento das leis de promoção.
Não tem o direito de comandar, nem de ocupar aqueles postos, que indicam a confiança da República, o depósito duma parte dos poderes do Estado quem não provou ou, não adquiriu a confiança bastante de que seria capaz de cumprir o seu dever no momento próprio, nem inspirou aos outros essa confiança.
Isto de ser coronel e general sem nunca ter comandada, e ter fugido sistematicamente a todas as situações de comando, entendo eu que é perigosíssimo.
Imaginem V. Ex.ªs que há um decreto com fôrça de lei, publicado durante a guerra, que considera como comando todas as situações que sejam dependentes do Ministério da Guerra e do Ministério, das Colónias. De maneira que da aplicação dêste decreto resultou o seguinte: haver militares que durante a guerra andaram por vários pontos do país a tomar ares, por não serem pessoas, que inspirassem confiança ao Govêrno de então, e a quem se contou êsse tempo para a promoção como comando de tropas.
O Sr. Joaquim Ribeiro: — V. Ex.ª sabe que os oficiais, para efeito de promoção, têm de fazer uma escola de recrutas. Mas V. Ex.ª sabe como é que se fazem essas escolas de recrutas? E com ajudas de custo!
O Orador: — Os oficiais que têm ajudas de custo são aqueles que vão fazer as escolas de recrutas em localidades diferentes daquelas onde têm residência.
V. Ex.ª compreende que um oficial que está num regimento e que tem de fazer a sua escola de recrutas, desde que não tem lugar para a fazer na localidade onde reside, tem de a fazer em outra parte, e nestas condições não pode deixar de ter direito a ajudas de custo.
Se, porém, fôr êsse oficial que peça para ir, fazer a escola de recrutas em localidade diferente daquela onde reside, êle não têm direito a ajudas de custo.
Eu pertenço ao exército, faço dessa corporação a mais alta idea e tenho por ela a mais elevada consideração.
É uma corporação em que há defeitos a corrigir, em que há faltas a emendar, mas permitam-me V. Ex.ªs que lhes diga que assim [mesmo com todos os seus defeitos é uma das corporações do país mais honradas.
As circustâncias é que não têm permitido que os Govêrnos tenham aquela fôrça necessária para que a lei seja severamente cumprida, e é muito difícil lutar com qualquer hábito inveterado, principalmente quando se trata de colectividades.
Durante o ano de 1918 houve o saco de despesas de guerra, fizeram-se despesas extraordinárias e não foi possível fechar o saco em 1919 tam depressa como era para desejar.
Eu estou de acôrdo com muitas das considerações que o Sr. Pires Monteiro fez no seu parecer, mas antes de me referir às considerações de S. Ex.ª eu desejo repetir uma afirmação que já fiz, porque eu não quero que amanhã sejam deturpadas as minhas palavras.
É indispensável realmente introduzir, na maneira como está o exército actualmente, grandes modificações. Essa maneira de ser não é a determinada pela organização de 1911, porque a guerra levou-nos a introduzir-lhe muitas altera-