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Sessão de 27, 28, 29 e 30 de Junho de 1923
dos êstes pontos, a que acabo de me referir?
Isto tem por fim mostrar a V. Ex.ª quanto é absolutamente indispensável que no nosso organismo haja um chefe que mande, uma cabeça que pense.
Falo assim para defender o organismo superior do exército, para defender aquele organismo que todos atacam fàcilmente, mas que ninguém conhece, nem ninguém sabe se tem elementos necessários para trabalhar.
Há um organismo que se chama Conselho Superior de Defesa Nacional e está sob a direcção do Presidente do Ministério. É êsse organismo que dirige a política internacional, ou melhor que orienta os Ministérios da Guerra, Marinha e Colónias sôbre os intuitos ou fins políticos de Portugal, em face doutras nações. Só depois de êste organismo reünir e ter comunicado ao estado maior qual o nosso objectivo nacional, é que o estado maior poderá trabalhar.
Temos um Ministério que está nas cadeiras do Poder há mais de ano e meio e êsse organismo nunca retiniu. E eu pregunto se neste período de ano e meio, em que tantos acontecimentos se têm dado na política internacional, a nossa política se tem conservado a mesma, ou se tem variado. E esta pregunta que faz o estado maior e é a esta pregunta que o Govêrno tem de responder.
Vários Srs. Deputados técnicos e não técnicos em assuntos militares, sobretudo não técnicos, se têm referido a cousas técnicas. Ouvimos falar de pessoal, material e instrução e de cousas várias. Não obstante estas revelações mais ou menos no ar, dizendo-se que temos pessoal a mais e não temos material, nem temos instrução, o que queria que se dissesse é qual a qualidade do pessoal, instrução e material. Não me disseram isso.
Por consequência não estudando o desenvolvimento de cada uma dessas organizações é fácil falar.
Não posso deixar de dizer aquilo que entendo necessário e indispensável para a organização do nosso exército.
Já me referi à necessidade da defesa das nossas costas e determinados portos.
Não posso deixar de me referir às palavras proferidas pelo Sr. Pereira Bastos, que duma maneira cabal expôs o que é a aviação.
Disse que não há aviação de terra nem de mar: só há uma aviação, a do ar.
É exacto; assim vemos os aviões de terra e mar.
São dois elementos a favor um do outro.
A organização depende da instrução máxima; e isto é comum, quer se trate do mar ou de terra.
As oficinas constróem aviões.
A instrução é idêntica.
A escola de pilotagem é igual, quer para terra, quer para mar.
Assim só temos, em terra e no mar, uma aviação, e pilotos que são de terra e do mar.
Há dois ensinamentos: o primeiro, o valor de exercícios de aviação durante a guerra, isto é, o valor moral; o segundo, o valor do material na guerra actual.
Devemos ter uma especial atenção neste assunto; e eu proponho-me tratar dele devidamente, em cada um dos seus serviços, para provar a necessidade absoluta duma organização militar.
Sr. Presidente: eu quero mostrar as deficiências do nosso exército e a necessidade absoluta que há de se fazer uma reorganização, a fim de tornar a fôrça armada capaz dê desempenhar cabalmente a sua missão.
Assim, quatro anos após a guerra, nós vamos encontrar a infantaria perfeitamente nas anteriores condições, quando é do domínio de todos que a infantaria moderna nunca ataca senão apoiada por carros de assalto. Entre nós, êsses carros nunca existiram.
Igualmente, devemos dotar a nossa infantaria com canhões, o que aliás está sendo feito em outros países.
Nós temos uma cavalaria sem cavalos.
É facto que se encontra constituída uma comissão de recenseamento, para que dum momento para o outro se possa saber qual o número de solípedes que se pode mobilizar; mas a verdade é que essa comissão não funciona, ignorando eu as razões de semelhante facto.
Sr. Presidente: devo dizer a V. Ex.ª que temos uma organização perfeitamente miliciana.
Se hoje se quisesse fazer a mobilização do exército, eu posso afirmar a V. Ex.ª