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Sessão de 3 de Julho de 1923
cada a discussão da proposta do Sr. Tôrres Garcia?
O Orador: — Parece-me que sim.
O Sr. Almeida Ribeiro: — Nesse caso a proposta do Sr. António Maia fica sem objectivo.
O Orador: — Era todo o caso nada há que impeça a Câmara de discutir a proposta, a despeito da criação da comissão, que tratará do problema mais fundamentalmente.
Todavia, o mais conveniente julgo eu que seja votar a minha proposta, visto que ela corresponde a urna aspiração manifestada por todos os oradores que intervieram na discussão do orçamento da Guerra e por todos os militares que lá fora têm seguido esta discussão e que sabem o estado deplorável em que se encontra o exército.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. António Maia: — Sr. Presidente: sinto-me só na Câmara, e, felizmente, só.
Vozes: — Não apoiado!
O Orador: — Folgo em ver que não estou só, e muito gostaria que assim sucedesse, porque queria assumir aquela responsabilidade que sei sempre assumir em momentos difíceis.
Sr. Presidente: fui eu quem levantou nesta Câmara a, questão da lei n.º 1:239, e vejo agora que ela me dá razão.
Pôsto isto, vou mostrar à Câmara êste caso, que é absolutamente inclassificável. Apresentei uma moção na qual se manifestava o desejo de que não se fizessem mais promoções, e a Câmara, perfeitamente por unanimidade, aprovou-a.
Pois hoje, que aproveito a proposta do Sr. António da Fonseca para efectivar êsse desejo que a Câmara já votou, ela diz: é preciso sossêgo, é preciso pensar no assunto, é preciso não ir contra aqueles que têm asseguradas as suas promoções.
Quando se trata de transformar simples palavras em factos que podem acarretar responsabilidades, já é outra cousa: há logo hesitação.
Sinto-me bem, embora esteja sozinho a defender a doutrina da minha proposta. E defendo-a mais desassombradamente quanto é certo que combati a lei n.º 1:239, que em breve havia de levar-me a major. Mas isso pouco me importa, porque acima de tudo vejo o bem da República.
Não compreendo que reconhecendo a Câmara que temos um exército quási só de oficiais, queira que a minha proposta vá à comissão de guerra.
Para quê?
Só para dormir no cesto dos papéis inúteis, pois essa comissão nunca reúne. Eu faço parte dela e, por isso, cabe-me disso uma cota parte de responsabilidade.
Que caia inteira sôbre mim.
É preciso falar claro ao país.
Sou doido porque digo as verdades; sou doido porque arrosto com todas as responsabilidades.
Mais do que em qualquer outra ocasião tem neste momento toda a oportunidade a minha proposta. Uma vez aprovada, faria com que toda a fôrça armada obrigasse a comissão proposta pelo Sr. António da Fonseca a fazer trabalho útil e rápido.
Por todas as razões que militam a favor do meu modo de ver eu não retiro a minha proposta, nem concordo em que ela vá pára a comissão.
Tenho dito.
O orador não reviu.
Vozes: — Muito bem.
O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: não temos no momento presente dados precisos para julgarmos com consciência das vantagens ou inconveniências da proposta do Sr. António Maia, Pelos factos revelados nesta Câmara afigura-se-nos que ela corresponde a uma necessidade, mas não podemos no momento afirmar que assim seja. Somos, pois, de opinião, como o Sr. António da Fonseca, que a proposta do Sr. António Maia deve vir à discussão dá Câmara, acompanhada do parecer da comissão, para saber como se deve votar.
Nestes termos, gostosamente veríamos que o Sr. António Maia concordasse com o alvitro do Sr. António da Fonseca, que